"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

30/05/2010

O COLARINHO (BRANCO) E A CANJA DA RALÉ!!!


Quiseram aplicar a um homem como Ricardo Rodrigues os mesmos princípios éticos que aos outros deputados .Quando alguém mete ao bolso uma coisa que não lhe pertence dizemos que a roubou. Mas há justificações para meter coisas ao bolso. E diferentes nomes para usar nas várias circunstâncias, conforme o estatuto social e político dos autores. Uma senhora bem vestida que meta na carteira um perfume, numa loja elegante, distraiu-se - e um engano toda a gente tem. Uma mulher que o faça num supermercado suburbano comete um furto que a sociedade não pode permitir. E um banqueiro que esconda num offshore os milhões que ganhou por vender títulos tóxicos aos incautos clientes é um pilar da sociedade que contribui para o desenvolvimento económico. Esta é a base da sociedade e querer subvertê-la é fomentar o caos e a anarquia. E o sistema judicial existe para garantir a sua subsistência.

Quando um deputado rouba alguma coisa também não se trata exactamente de roubo-roubo, como se fosse um maltrapilho qualquer. Pode dizer-se que o deputado se apropriou, tirou ou "roubou" e "furtou", mas entre aspas.

Quando o deputado do PS Ricardo Rodrigues roubou dois gravadores a dois jornalistas fê-lo com um hábil golpe de mão, como se nunca tivesse feito outra coisa na vida, mas esclareceu que tinha feito por acção directa , "tomado posse" deles, como teria feito se se tratasse de um cargo oficial. A hierarquia do partido compreendeu aliás o seu gesto e desculpou-o, pois foi provocado pela "violência psicológica insuportável" a que foi submetido pelos jornalistas que o entrevistavam. E todos vimos como os jornalistas da Sábado tiveram a crueldade de o torturar com perguntas sobre temas incómodos, como se não soubessem com quem estavam a falar.
Seria conveniente que não se esquecesse que o deputado é membro do Conselho Superior do Ministério Público e da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, além da Comissão para o Acompanhamento da Corrupção e outras coisas mais.

Ricardo Rodrigues não roubou os gravadores para os vender na Feira da Ladra e sacar vinte euros para comprar umas ganzas. Isso seria escandaloso. Fê-lo apenas para ver se impedia a publicação de uma entrevista que abordava temas que não lhe convinham. Tratou-se de um pequeníssimo atropelo à liberdade de imprensa e de informação, mas do mais puro colarinho branco. Não é furto, mas apenas um acto irreflectido, compreensível, já esquecido. E o seu passado não é para aqui chamado porque não é disso que estamos a falar. Nem o facto de o deputado ter mentido ao Parlamento, à imprensa e ao país sobre o que fez aos gravadores. Querer que um homem como Ricardo Rodrigues obedeça aos mesmos princípios éticos que os outros deputados é uma afronta.
Francisco Assis disse-o melhor que ninguém: ninguém pode julgar Ricardo Rodrigues. (Anda tão perú , parece-me que tem que passar outra vêz por Felgueiras)

António d'Almeida

27/05/2010

A Menina em quem nós votamos!


Filipa Azevedo diz que conseguiu alcançar o seu objectivo ao ser apurada para a final da Eurovisão

Na ressaca do bom resultado, o passe para a final da Eurovisão do próximo sábado, Filipa Azevedo, representante de Portugal, com o tema "Há Dias assim", contou que não estava nervosa quando pisou o palco em Oslo, onde decorreu, anteontem, a semi-final. Naturalmente contente, ontem, ao final da tarde, quando caía em si, era arrebatada por um só pensamento: "Consegui alcançar o meu objectivo". Agora, "resta-me trazer a melhor classificação possível aos portugueses". Depois, ouvido o nome de Portugal, foi a alegria. "Parecíamos umas criancinhas a saltar de um lado para o outro".

in Jornal de Notícias

Sempre acreditámos nela e por isso esperamos que ela nos traga um bom resultado final!


JORNALISMO E JORNALISTAS!


Segundo Orlando de Castro o tema em questão resume-se:

"…Durante muitos anos o principal barómetro da liberdade de Imprensa era o número de jornalistas mortos no cumprimento do dever, hoje junta-se-lhe uma outra variante para a qual Portugal deu um notório e inédito contributo: os despedimentos. Isto, é claro, para além de haver um outro instrumento de medição que se chama corrupção.
Até já estamos a ver alguns dos algozes da liberdade de expressão (desde os donos dos jornalistas aos donos dos donos dos jornalistas) citar o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.
Há quatro anos, o então secretário-geral da ONU defendeu uma tese que se tornou suicida no caso português. Kofi Annan disse que os jornalistas “deveriam ser agentes da mudança”.
Eles tentaram, o que aliás sempre fizerem, mudar a sociedade para melhor. Acontece que o seu conceito de sociedade melhor não é igual ao dos donos dos jornalistas nem ao dos donos dos donos dos jornalistas.

E a resposta não se fez esperar: Jornalista só é bom se for amigo do José e do Joaquim.

Nos últimos cinco anos, por exemplo, pelo menos 181 jornalistas que não eram amigos do José nem do Joaquim e que trabalhavam nas redacções do Porto de vários órgãos de comunicação social perderam o emprego, 54 dos quais no despedimento colectivo, inédito na Imprensa portuguesa, levado a cabo pelo grupo Controlinveste (JN, DN, 24 Horas e “O Jogo”)."

E ainda se quer fazer crer, apesar destes e outros exemplos. que não há censura na Imprensa em Portugal!
Será que pensam que acreditamos no "Pai Natal"? É certo que muitos de nós andam adormecidos mas quando acordarem quero ver como vai ser...

Uma opinião abalizada!!!


ATÉ QUE ENFIM. ALGUÉM FALOU CORRECTAMENTE!

Ah! Grande deputada! Até que enfim que alguém fala correctamente.

Astrid Lulling, democrata-cristã luxemburguesa, questionou Constâncio sobre os casos BCP, BPP e BPN.

"Não admira que os portugueses estejam contentes que saia", afirmou Lulling, referindo-se ao Governador do Banco de Portugal, que está hoje no Parlamento e deve assumir, em Junho, o cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu.
Perante os eurodeputados, Astrid Lulling, lembrando os casos BCP, BPP e BPN, afirmou que entregar a supervisão do BCE a Constâncio "é como dar dinamite a um pirómano".

26/05/2010

DEPUTADOS NO REINO UNIDO...!

Não é de estranhar, mas é interessante saber... como tudo é diferente...!


Os deputados do Reino Unido, na "Mãe dos Parlamentos",

1 . não têm lugar certo onde sentar-se, na Câmara dos Comuns;
2 . não têm escritórios, nem secretários, nem automóveis;
3 . não têm residência (pagam pela sua casa em Londres ou nas províncias);
detalhe: e pagam, por todas as suas despesas, normalmente, como todo e qualquer trabalhador;
4 . não têm passagens de avião gratuitas, salvo quando ao serviço do próprio Parlamento.
E o seu salário equipara-se ao de um Chefe de Secção de qualquer repartição pública.

Em suma, são SERVIDORES DO POVO e não PARASITAS do mesmo!

Nota:
Em Portugal para além do número exagerado de deputados, dos seus salários, reformas e mordomias muito além do que seria normal e desejável ainda se verifica que os funcionários não deputados que trabalham na Assembleia têm um subsídio equivalente a 80 % do seu vencimento? Isto é, se cá fora ganhasse 1000,00 € lá dentro ganharia 1800,00 €. Porquê? Profissão de desgaste rápido? E por que é que os jornais não falam disto? Porque têm medo? Ou não podem?

Em suma, não são SERVIDORES DO POVO e são PARASITAS do mesmo...

23/05/2010

Saldanha Sanches vai fazer falta.


Na morte de Saldanha Sanches, a memória da última entrevista ao Económico. Com esta parte que diz tudo sobre a clarividência acerca da "crise da justiça" e o seu reflexo na corrupção:
"Como é que vê o facto de não ter sido decretada prisão preventiva a nenhum deles a não ser a Oliveira e Costa?
É essa a função principal do nosso Processo Penal: proteger essa gente.
Agora está a ser sarcástico.
Não, não. Estou a ser rigoroso. Está construído de forma que o objectivo do Código é a protecção dessa gente.
É um código viciado?
Completamente viciado. É um código que nos envergonha pelos resultados. Essa impunidade que o código garante é uma coisa que nos envergonha. O caso Madoff em Portugal seria impossível, mesmo que alguém resolvesse confessar tudo, e nunca o faria. Na América as pessoas confessam porque as consequências da não confissão são muito duras e apesar de tudo o menos mau é confessar. Em Portugal não são duras, mas mesmo que se confessasse o processo não duraria dois ou três meses. Duraria sempre muito mais, mesmo com o máximo de zelo do Ministério Público. Temos um Código do Processo Penal que é feito para proteger esse tipo de delinquência. Até protege em parte a outra delinquência, mas essa então, do colarinho branco, está totalmente protegida. Não me admiraria ver o Dr. Oliveira e Costa acabar absolvido. Não ficaria particularmente admirado. Sem falar no Dr. Jardim Gonçalves, que o mais provável é vir a ser absolvido

Anatomia de Um Poder Novo – O Papel do Estado, da Sociedade e das Associações Empresariais



Eis uma súmula do que se entendeu essencial destacar desta conferência muito importante para se perceber o momento de crise que se vive em Portugal.

1. Falta-nos uma visão estratégica que nos permita acreditar no Futuro
Ao chegarmos ao ano 2010 os portugueses têm a sensação de que sabem o que foram mas não sabem o que vão ser. Falta-nos uma visão estratégica que nos permita acreditar no Futuro. Falta-nos definir os pilares de uma estratégia nacional que conduza à criação de riqueza, ao crescimento económico em desenvolvimento sustentável, sem o que os portugueses continuarão a ser chamados, periodicamente, a sacrifícios sem esperança (…)
(…) temos de reconhecer que ostracizámos, em demasia, o euro-atlantismo e não soubemos integrá-lo numa estratégia nacional, por inexistente, em que este seria uma mais-valia para a Europa. Como resultado o modelo de desenvolvimento que adoptámos está esgotado, desprezámos a agricultura, abandonámos a economia do mar, minimizámos a indústria transformadora e privilegiámos de forma desequilibrada infra-estruturas sem medir os custos-benefícios (…)
2. Portugal remeteu-se a uma estratégia de sobrevivência e de subsídio-dependência
Portugal menosprezou a sua história e em vez de ser um actor criativo da globalização remeteu-se a uma estratégia de sobrevivência e de subsídio-
-dependência. Afinal, parafraseando Eça de Queiroz: o Portugal de Hoje tem pouco de granja, fortaleceu a Banca e está longe de ser a oficina de empreendimentos inovadores e ambiciosos (…)
(…)E tudo isto deve ser feito num quadro de justiça social, numa anatomia de poder que rejeite a miscigenação do poder político com o poder económico, combatendo, sem tréguas, a corrupção que gangrena a democracia. É imperioso vencer o pessimismo com trabalho produtivo.
3. Questiona-se a configuração do Estado
(…) É urgente repensar o Estado, e não modernizar o inútil, eliminando políticas horizontais redutoras que o enfraquecem, sem remédio, em áreas essenciais. Esse desígnio nacional significa, também, desenvolver políticas de fomento da natalidade e migratórias, políticas de diferenciação da função social e valorização individual, de empregabilidade e de emprego, em que o modelo económico da globalização associe a opção europeia ao euro-atlantismo e, em particular, à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.(…)
(…) Como ideia-chave devemos, sem demora, rever os fundamentos da Administração Pública e das Empresas Públicas, abandonando as nomeações dos principais dirigentes por critérios de partidarismo ideológico e tornando-a símbolo da competência e da modernidade.
Neste Mundo em mudança a defesa e a segurança emergem como factores dominantes na vida dos cidadãos, devendo as respectivas instituições, designadamente as Forças Armadas, para além das suas finalidades essenciais de soberania num quadro de alianças internacionais e de preservação de valores que não devem ser perdidos, participarem na sociedade como motores do desenvolvimento do nosso País.
4. Os portugueses devem ser desafiados a reflexões sobre o futuro
Os portugueses estão angustiados e apreensivos, os caminhos que lhe indicam não são mais do que atalhos sem horizontes (…)
(…) os governos não dão sinais para grandes desígnios, antes estão imersos em iniciativas casuísticas; a educação degrada-se em facilitismos estatísticos, mau grado a emergência de nichos valiosos a justiça arrasta-se na lentidão dos processos e dissolve-se na comunicação social; a pobreza aumenta e as famílias desesperam; o endividamento, o défice orçamental e o desemprego atingem níveis alarmantes.
5. Os portugueses estão anestesiados por políticas e promessas
Os portugueses anestesiados por políticas e promessas têm acrescidas dificuldades em distinguir o real do imaginário, o bem do mal; e atraídos para um universo dominado pela confusão de valores, assistem perplexos ao alastramento de uma corrupção corrosiva de desigualdades sociais imprevisíveis, que assumem formas perigosas de legitimidade democrática e de comportamentos pretensamente respeitáveis.(…)
(…) A sociedade tem de impor ao poder político o abandono das palavras vazias, das decisões contraditórias, das leis obscuras e criar organizações que se imponham pelo exemplo na recompensa do mérito, na condenação de favoritismos e na eliminação de facilitismos redutores. No dizer de António Barreto os portugueses precisam de exemplo, de honestidade e verdade, perante o qual os afortunados têm consciência da sua responsabilidade social, os sabedores partilham os saberes, os poderosos olham para quem lhes conferiu o poder.
6. As associações empresariais devem indicar o caminho do “novo crescimento”
(…) É nos empresários que se tem de radicar a progressiva consciência de que ao criarem riqueza, a Terra deve ser respeitada e a de que um País de economia saudável é aquele que sabe equilibrar com inteligência a economia da proximidade e a economia da globalidade. Para o empresário dos tempos de hoje um ser humano, um trabalhador, é antes de mais um ser que nasceu para criar, sendo o trabalho parte essencial da sua criação. E para que esse trabalho seja produtivo, a empresa é acima de tudo uma organização ao serviço do bem comum (…)
(…) A sua capacidade de intervenção depende do fortalecimento de diálogos criativos e inovadores no seu próprio seio. Assim, poderão desempenhar um papel dinâmico na harmonização das políticas públicas e das estratégias empresariais, no âmbito de um novo modelo de desenvolvimento, que dê jus à opção europeia e ao euroatlantismo, inerente à posição geo-estratégica de Portugal.
7. Fazer emergir um Poder Novo baseado na ética da res publica
(…) para o que se impõe rever a Missão e as Funções do Estado, dinamizar a civilidade, apostar na capacidade criativa e solidária dos cidadãos e criar condições para que os empresários sejam agentes privilegiados do empreendedorismo, da criação e da coesão social. As associações empresariais, nascidas como a AIP-CE para empregar todos os meios possíveis e honestos para beneficiar a economia nacional, devem conjugar esforços para, em cooperação com o poder político, harmonizarem as políticas públicas e as estratégias empresariais.
Há que reconhecer a existência de sinais positivos na economia e na sociedade portuguesa. Saem hoje das universidades e de outros centros de saber, significativos spin offs, corporizando um conjunto de empresas de elevado perfil tecnológico e bem ancoradas em mercados internacionais. Impõe-se dinamizar esta tendência, aumentar a massa crítica e ganhar mais densidade e abrangência.
8. Portugal – que Futuro?
(…) A Reflexão sobre a “Anatomia de Um Poder Novo – o Papel do Estado, da Sociedade e das Associações Empresariais - pretende contribuir para a construção desse Futuro e dar sugestões para o debate nacional que não pode ser adiado.
Nessa construção não podemos deixar de realçar o valor da ética e da moral, ao abrigo das quais o futuro nos proporciona uma vida digna de ser vivida. Como nos disse Anne Frank vale a pena “não pensar em toda a desgraça, mas na beleza que ainda permanece”.

Pelo Prof. Veiga Simão

Conferência em 20 de Maio de 2010. 15h30
No Centro de Congressos de Lisboa




O Filme que todos temos que assistir !!!‏


Uma das maiores empresas de marketing do mundo, resolveu passar uma mensagem para todos, através de um vídeo criado pela TAC (Transport Accident Commission) e que teve um efeito drástico na Inglaterra.
Depois desta mensagem, 40% da população da Inglaterra, deixou de usar drogas e de consumir álcool pelo menos nas datas comemorativas, não temos este tipo de iniciativa aqui em Portugal. Espero que todos assistam, mesmo que não se alcoolize ou use algum tipo de drogas, e que reflictam e passem para os seus contactos. Oriente seus filhos, sobrinhos, amigos etc...

Link do video:

http://www.youtube.com/watch?v=Z2mf8DtWWd8

Enviado por E-mail, pelo amigo José Clemente

CARTA ABERTA AO PRIMEIRO-MINISTRO

Senhor primeiro-ministro,

Depois de ler as suas respostas à comissão de inquérito sobre o caso PT/TVI e o ouvir na entrevista que deu esta semana à RTP, aprofundei uma convicção que já tinha manifestado nestas colunas: o senhor deixou de ser o chefe de Governo de que Portugal precisa para enfrentar a maior crise destas três décadas e meia de democracia. E pergunto-me mesmo se alguma vez o foi – ou o poderia ter sido –, considerando as características da sua personalidade e do seu estilo de governação.

O senhor é, indiscutivelmente, um homem de múltiplas qualidades. É determinado, combativo, tem uma forte capacidade de comando, o talento da retórica e até o carisma que são necessários a um chefe de Governo. Mas a todas essas qualidades falta o substrato essencial que lhes dá alma ou, como diria Musil, invertendo os termos do seu famoso romance, são qualidades sem homem. Por outras palavras, o senhor sofre de um défice crónico que nenhuma metamorfose artificial pode disfarçar: o défice do factor humano.

Quanto muito, o senhor seria um primeiro-ministro para tempos fáceis (ainda que o fossem apenas ilusoriamente), como aconteceu quando o país vivia à sombra das primeiras benesses trazidas pela integração na Europa – e que não soubemos capitalizar para o futuro. Foi esse o caso de Cavaco ou de Guterres que, apesar disso, recorde-se, terminaram os seus mandatos governativos em estado de desencanto.

Mas estes tempos em que vivemos são muito difíceis, os mais difíceis que a actual geração de portugueses já conheceu. E é perante essas dificuldades que o seu comportamento, as suas obsessões, o seu estilo, se mostram completamente desajustados.
O senhor argumentará porventura que tem manifestado uma consciência plena dessas dificuldades, até porque acaba de prescrever aos portugueses uma duríssima cura de austeridade que não poupou ninguém – sobretudo aqueles que não estão em condições de poder suportá-la sem descerem um novo patamar na escada da pobreza. E talvez argumente ainda que foi durante o seu primeiro Governo que se fez um esforço pioneiro para pôr em ordem as contas públicas. Dirá que esses eram também tempos difíceis, e, à primeira vista, o senhor mostrou-se à altura da situação.

Mas a lição desses tempos de pouco serviu para levá-lo a prevenir outros tempos bem piores, como são aqueles que temos pela frente. Por causa da crise mundial e europeia que apanhou todos os governos desprevenidos e à qual só hoje se começa efectivamente a reagir? Sim, sem dúvida. Só que, além desses factores, havia outros, internos e estruturais, que permaneceram como se nada fosse depois da correcção do défice pelo seu Governo anterior.
Foi assim que se regressou à ilusão dos tempos fáceis, até o tecto começar a desabar sobre a nossa cabeça enquanto o Governo insistia em assobiar para o lado, como se essa recusa do confronto com a realidade pudesse ser mascarada pela propaganda e a fantasmagoria estatística oficiais. Aliás, a obsessão de festejar euforicamente toda e qualquer performance económica ou tecnológica do país, mesmo quando o seu carácter passageiro e pontual era mais do que óbvio, constitui uma marca persistente do seu comportamento desde o primeiro dia.
Ainda agora, na entrevista à RTP, o senhor não se poupou à vã glória de Portugal ser o primeiro país da União Europeia a sair da ‘recessão técnica’ – embora a nossa recessão real seja o que é – ou de, coisa ainda mais extraordinária, o líder europeu nesse território de ficção científica que é… o ‘governo tecnológico’. Que grande consolação para os portugueses a quem se prometem horizontes indefinidos de desemprego (mas há sempre uma estatística governamental de última hora para relativizá-lo), de perda do poder de compra e outros sacrifícios cujo efeito redentor já não inspira nenhuma crença…

Sabe-se apenas que estamos condenados a esta sorte e que nada nem ninguém nos garante como nem quando haveremos de sair dela. Logo a começar por si, senhor primeiro-ministro. Só que o senhor parece infinitamente contente consigo mesmo e o sentido patriótico das suas responsabilidades, a vocação épica de cumprir o seu dever – e, por isso, não deve desculpas a ninguém, antes pelo contrário.
Um dos seus maiores problemas é a relação com a realidade. Não a realidade que o senhor quer ver e com que pretende convencer os seus concidadãos, mas a realidade que existe independentemente de si e, cada vez mais, contra si mesmo. Ou de fora para dentro, por imposição europeia
.

Essa relação com a realidade reflecte também a sua relação com a verdade. O senhor fechou-se tão profundamente na sua concha virtual que se julga incólume a qualquer acidente que possa eventualmente pôr em causa a ordem da sua relação com o mundo exterior. É assim que acaba por acreditar que esse mundo exterior existe exclusivamente em função do que nele quer ver. Vive em auto-ilusão permanente: já só é capaz de vislumbrar as imagens que projecta, convencendo-se de que apenas elas são reais.

Por isso, quando lemos as suas respostas à comissão de inquérito sobre o caso PT/TVI, o que mais impressiona é a insustentável ligeireza com que lida com a inverosimilhança, cultivando um ‘estado de negação’ sobre as evidências mais singelas, nomeadamente as suas relações com algumas personagens intervenientes no enredo (como Granadeiro, Vara, Pina Moura ou Rui Pedro Soares).

Mesmo que este caso fosse destituído de gravidade política – e não é –, a construção da sua narrativa revela uma resistência quase psicótica às leis elementares da credibilidade. Porque ninguém pode acreditar que uma pessoa como o senhor, sabendo embora ‘informalmente’ o que sabia, não o fizesse saber mais ou menos ‘formalmente’ aos vários intérpretes da peça antes de se chegar ao último acto. A não ser que a peça tivesse sido encenada por si – e o senhor tivesse perdido (ou fingido perder) a noção disso.

vicentejorgesilva, 21/05/2010

Atenção da Fernanda



Selinho recebido da NÁ pela sua Amabilidade, Amizade e Solidariedade !

22/05/2010

Avô Benny...

Benny tinha setenta anos quando morreu subitamente de câncer, em Wilmette, Illinois. Como sua neta de dez anos, Rachel, nunca teve a oportunidade de dizer adeus, ela chorou durante vários dias. Mas depois de receber um grande balão vermelho em uma festa de aniversário, voltou para casa com uma ideia – uma carta para o vovô Benny, enviada para o céu em seu balão.

A mãe de Rachel não teve coragem de dizer não, e observou com lágrimas nos olhos enquanto o frágil balão subia por entre as árvores que cercavam o jardim e desaparecia.

Dois meses depois, Rachel recebeu esta carta com carimbo do correio de uma cidade a 380 quilómetros de distância, na Pensilvânia:

Querida Rachel

Vovô Benny recebeu a sua carta. Ele realmente a adorou. Por favor, entenda que coisas materiais não podem ficar no céu, portanto tiveram que mandar o balão de volta para a Terra – eles só guardam os pensamentos, as lembranças, o amor e coisas desse tipo no céu.

Rachel, sempre que você pensar no Vovô Benny, ele saberá e estará muito perto, com um amor enorme por você.

Sinceramente,
Bob Anderson (também um Vovô)

® Michael Cody

sábado 22 de Maio de 2010

Vá à Manifestação e deixe lá também umas calças velhas...

21/05/2010

1º Aniversário da TULHA DO ATILIO


1º ANIVERSÁRIO, Passagem da Barreira dos 20.000 Visitantes e dos 50 Seguidores deste Blogue!

É Obra... Adorei todos o esforço dispendido... VALEU A PENA!!!

OBRIGADO a TODOS e em particular à FADA MADRINHA e ao JOÃO. O Segundo por me ter "empurrado" para os blogues e a Primeira por ser sempre a "SOMBRA" deste Blogue! O mérito da sua apresentação deve-se a Ela, nunca o esqueço!

Mas a VIDA deste Blogue também é dada pelos comentários sempre amigos dos meus seguidores, que muito prezo! Sem Eles a Blogosfera não existiria...
Parabéns a TODOS!!!

E como Aniversário sem Bolos e Champanhe não tem graça eis que os trago para Vosso deleite





E viva a Festa:


A prenda da madrinha:

Mais um bolo oferta da Ana:

O MEIO AMBIENTE E O HOMEM...


Um filme que precisamos ver...ver....ver....tantas e quantas vezes forem necessárias, até termos a consciência de que tudo está interligado. Afinal somos uma Família.

Não é religioso...não é científico....não é espiritual. Ele, simplesmente, É!!!

http://www.youtube.com/watch?v=QlpB3PKZ9pU

Vejam até ao fim...com calma, sem interrupções e sintam a mensagem.

"Que ironia! O Homem, "Rei da Criação", que por sua complexidade cerebral se encontra

no topo da Pirâmide da Vida, com toda a sua capacidade intelectual, a sua ciência, a sua

tecnologia, está a preparar-se para voltar a se submeter às forças cegas implacáveis,

prepara-se para regressar ao nível de bactéria..."
(José Lutzenberger in "Fim do Futuro?").


Enviado por E-mail, pelo Amigo António Barrinhas

19/05/2010

ATÉ O TOURO CONHECE O DONO!!!!

A amizade cultiva-se e o resultado pode ser este!!!

18/05/2010

MENSAGEM - VOCÊ APRENDE!

Video do Blogue "Nosso Possível" , pela especial atenção da Lu e Dani

"Pelos Caminhos da Vida" fez 2 anos!!!

No passado dia 16 de Maio fez 2 anos o Blogue da Ana pelo que me associo à sua festa ainda que tardiamente. Pelo facto já me penitenciei e julgo estar desculpado.
Desejo-lhe e ao seu Blogue as maiores Felicidades e muitos anos de Vida e, claro... eu a vê-los!!!
Para que a festa seja mais alegre junta-se o seu bolo e champanhe, hip hip Hurra!!!


17/05/2010

A FAMILIA SERÁ A NOSSA SALVAÇÃO!!!


Na sequência do que tem vindo a lume nestes últimos tempos verifica-se que os Povos são o motor dos Países e daí resultar que se estes não estiverem devidamente preparados as políticas resultantes não levam esses países a "bom porto"! Com o perigo de me repetir lembro que é isso que está acontecendo pelo mundo fora, claro está que há ainda sérias diferenças nesses Países pois as suas populações nem todas têm o mesmo grau de impreparação... Assim, os Países Mediterranicos estão em piores circunstâncias que os Países Nórdicos e tudo pelo que se disse anteriormente.
Lembro também que últimamente se tem debatido insistentemente que a resolução do problema passa por uma Educação virada para a revitalização de Valores que andam muito esquecidos ( ver o post's que sobre estes temas têm vindo a ser aqui e noutros Blogues colocados)
Isto vem a propósito deste artigo que ouso aqui colocar temendo que pensem que sou retrógrado ou na pior das hipóteses que não passo de um miserável conservador. Sinceramente não me considero nem uma coisa nem outra, defendo sim uma Educação dentro da Familia que permita criar adultos preparados para um mundo melhor do que esta miséria em que vivemos.

Vale a pena ler! E reflectir nas consequências que temos...

Os pais têm de recuperar a autoridade perdida e deixarem de querer agradar aos filhos, ou o mundo estará perdido, afirma um dos mais famosos pediatras do mundo. Fomos saber porquê.
Catarina Fonseca/ACTIVA 10 Fev. 2010

Confesso que ia um bocado amedrontada. Afinal, ia entrevistar um dos homens responsáveis por um dos maiores escândalos educativos das últimas décadas, o homem que defendera a urgência do regresso ao poder dos pais contra os todo-poderosos filhos.
Acusado de tudo, de fascista para baixo, o pediatra libio-francês Aldo Naouri diz que os pais se demitiram do seu papel de educadores e em vez disso se dedicam a satisfazer a criança, com o único desejo de se fazerem amar. Diz que confundimos frustração com privação. Diz que transmitimos à criança que não só pode ter tudo como tem direito a tudo, içando-a ao topo do edifício familiar, onde ela nunca esteve e onde nunca deveria estar. Diz que um filho hoje não é criado para se tornar ele próprio, mas para gratificar e servir o narcisismo dos pais. Diz que estamos perante uma epidemia que encoraja os pais a seduzirem as crianças, tornando-as assim em seres obsessivos, inseguros, amorfos e emocionalmente ineptos, que não sabem gerir as suas pulsões e são incapazes de encontrar o seu lugar no mundo.
Em resumo, esperava alguém mais parecido com o Deus do Velho Testamento, que me recebesse com raios e coriscos, ou pelo menos uma praga de gafanhotos. Em vez disso, recebeu-me com um sorriso só equivalente ao sol de Lisboa, agarrou-me na mão, perguntou-me por que é que não tinha filhos e assegurou-me que os homens são todos uns egoístas. "Portanto, madame, é só escolher um! São todos iguais!"
Por entre gargalhadas, falou-se de coisas muito sérias, como aquilo que andamos a fazer às crianças. Ora leiam.

- Então, nada de democracia para as crianças?
- Não. E fundamental que estejam numa relação vertical: os pais em cima, as crianças em baixo. Porque há uma diferença entre educar e criar. Criar é dar-lhe os cuidados básicos, dar-lhe banho, alimenta-lo, etc. E como criar galinhas. Educar é haver qualquer coisa que não existe e que é preciso formar. Por isso a criança não esta nunca ao mesmo nível dos pais, não pode haver uma relação horizontal. Se quiser compreender o que se passa na cabeça de uma criança numa relação horizontal, imagine o seguinte: você esta num avião, e o comandante vem sentar-se ao seu lado. Você pergunta, Mas quem é que esta a guiar o avião? E ele diz, 'Ah, é um passageiro da primeira fila que eu pus no meu lugar. ‘ A criança tem necessidade de alguém acima dela.
- As mães não se escandalizam com a mudança de hábitos que lhes aconselha?
- Nada disso. As mães estão petrificadas na sua angústia e precisam de se libertar. Eu digo, 'mas não vale a pena angustiarem-se dessa maneira, ser mãe é muito mais simples do que vocês pensam'. Digo-lhes que não vale a pena viverem preocupadas porque a criança não come, não dorme, ou vai ter ciúmes do irmão. Dou-lhes conselhos básicos e fáceis de seguir e tento fazer com que simplifiquem a máximo as suas vidas. O que eu quero é que a criança seja para os pais uma fonte de prazer e felicidade, e não um foco de sofrimento e angustia, e para que isso aconteça, os pais têm de estar descontraídos.
- As nossas avós não viviam nessa angústia...
- Pois não. Mas viviam num mundo em que havia três tipos de ordem: Deus, Rei e pai. Esse tipo de ordem fazia com que existisse qualquer coisa que as transcendia. Hoje todo o tipo de transcendência desapareceu, e quem ficou no lugar de Deus? A criança. Às mães que põem o filho nesse altar, eu simplifico a tarefa: digo - Não se cansem dessa maneira. Não se preocupem assim. Ponham-se a vocês próprias em primeiro lugar. Claro que não é uma coisa que elas estejam habituadas a fazer, ou sequer a ouvir, mas não é por isso que não podemos dizer-lhes, e não é por isso que elas vão deixar de ser capazes de o fazer. Acredito que vão ser capazes, porque é urgente: a bem das crianças, e a bem delas próprias. E preciso fazer as coisas de maneira tranquila, porque a mãe perfeita não existe, o pai perfeito não existe, a criança perfeita não existe.
- Mas as mães hoje têm uma vida tão difícil, é normal que se culpabilizem...
- Não é por trabalharem fora de casa que têm de se sentir culpadas.
Peço às mães: lembrem-se do vosso primeiro amor. Quando não o viam durante três dias, morriam de saudades. Mas quando o voltavam a ver, assim que batiam os olhos nele era como s nunca se tivessem separado. Com as crianças, é exactamente igual. Quando tornam a encontrar a mãe, é como se ela nunca tivesse partido.
- Diz que os pais esqueceram o seu papel de educadores porque querem ser amados pelas crianças. Por que é que isto acontece?
- Como todas as crianças, tiveram conflitos com os pais. E como todas as crianças, amam-nos mas guardaram muitos ressentimentos. E não querem que os seus filhos tenham esse tipo de ressentimento em relação a eles. E pensam que a melhor maneira de o fazer é seduzir a criança para que ela o ame. O que é um enorme erro. Porque nesse momento, a relação vertical inverte-se. A hierarquia fica de pernas para o ar, e quando isso acontece, destruímos a crianças.
- O problema é que as pessoas confundem autoridade com violência. Autoridade é fazer-se obedecer, não é dar uma palmada, que o senhor aliás desaprova.
- Completamente! Não aprovo palmadas de que género for, nem na mão nem no rabo. Ter autoridade não é agredir a criança. Ter autoridade é dizer: 'Quero isto', e esperar ser obedecido. Quero que faças isto porque eu disse, e pronto. Autoridade é só isto, é assumir o seu dever. Não vale a pena ser violento, alias porque a criança sente a autoridade. E quando o pai ou a mãe não esta seguro do seu poder que a criança tenta ir mais longe. Quando há uma decisão que é assumida pelos pais, ela cumpre-a.
- Uma terapeuta de casal dizia que as pessoas hoje não têm falta de erotismo, dirigem-no é todo para as crianças...
- Sem dúvida. E é isso que é urgente mudar. O slogan 'a criança acima de tudo' deve ser substituído por 'o casal acima de tudo'. A saúde física e psíquica das crianças fabrica-se na cama dos pais. Por que isso não acontece é que há tantos divórcios, e depois a vida torna-se muito mais complicada para a mãe, o pai e a criança. Se elas decidem privilegiar a relação de casal, estão a proteger a criança.
- Educou os seus filhos da forma que defende?
- Sim, eu eduquei os meus três filhos tranquilamente. A autoridade significa serenidade, não-violência. Ainda hoje, que eles já são mais do que adultos, nos reunimos às vezes para jantar. E no outro dia, falamos sobre as viagens de carro que costumávamos fazer - sempre viajei muito com eles. Quando se portavam mal, eu virava-me para trás e dizia: - Olhem que eu paro o carro e deixo-vos a todos aqui na auto-estrada! - Só há pouco tempo é que percebi que eles achavam que eu estava a falar a sério e que seria capaz de os abandonar na estrada! (ri). Tal é a força da autoridade. Mas isso não tem importância, o importante é que funcionava! (ri) - Diz que o pai tem de ser egoísta mas também diz que uma das tragédias do mundo moderno é a ausência do pai... Qual é então o papel do pai, para lá de ser egoísta?
- Tem duas funções: a primeira é a de possibilitar à mãe o exercício da sua feminilidade. A segunda é a de se oferecer ao filho ou filha como um escudo contra a invasão da mãe. Porque de outra maneira, a mãe vai tecer à volta do seu filho um útero virtual, extensível até ao infinito. O pai não está presente como a mãe, mas é preciso que esteja presente.
- Mas hoje exige-se aos pais que façam uma data de coisas, que mudem fraldas, que ponham a arrotar, que ensinem karaté...
- Não é preciso. Porque na cabeça das crianças tudo está muito claro: aquela que o filho ama acima de tudo é a mãe, que sempre respondeu às suas necessidades desde que estava na sua barriga. Se alguém lhe diz 'não', mesmo que seja a mãe, para ele a culpa é do pai. Ou quando muito, da não-mãe. No inconsciente de uma criança, o pai não existe. Só há a mãe. O pai tem de se construir, a bem das crianças e a bem da mãe delas.
- Antes de ler este livro não tinha consciência de que as crianças estavam tão perturbadas.
- Li um artigo recentemente do director do centro técnico-pedagógico de Paris, que afirmava que em 2008 tinha recebido 394 novas famílias, e que a maior parte tinham problemas psicológicos. No fim da primária, 40% dos alunos ainda não dominam a língua, e isto é grave. E não porque tenham problemas físicos ou sejam burros: é porque não os sabemos educar. Mas é uma tarefa difícil, porque mesmo as instâncias governativas vão no sentido de seduzir a criança. Porque as crianças vendem, são um produto que se compra e se compara. Todo o mundo vai no sentido de deixar a criança fazer o que quer, porque é mais fácil que ela não cresça. Mas o que vai acontecer é que essas crianças, se não travadas, vão crescer e fabricar sociedades absolutamente abomináveis, onde será cada um por si, onde não haverá solidariedade.
- Nem cientistas... É o senhor quem o diz...
- (ri). Apesar de tudo, estou optimista. As pessoas querem saber como podem mudar. Não sou o único a dizer estas coisas, mas digo-as de forma bruta. Tenho 40 anos de experiência com pais e crianças. E é muito fácil mudar, quando começamos a ver a lógica das coisas. Além disso, o que eu pretendo é simplificar a vida das pessoas. Não quero voltar àquilo que se fazia há um século. Não quero pais castradores.
- O que é um pai castrador?
- Não é um pai autoritário, é um pai fraco, intranquilo, desconfortável na sua pele e na sua posição. O que eu digo é, a sua posição como pai ou mãe está assegurada à partida. Só tem de exercê-la. Uma vez, apareceu-me uma mãe muito alarmada porque a filha não dormia. Aconselhei-a a dizer à criança, antes de dormir: 'Podes dormir tranquila. Não preciso mais de ti hoje.' E a criança dormiu a noite toda. Por isso eu digo no fim das consultas, a todas as crianças, tenham elas 1, 7 ou 14 anos, 'Muito obrigado por me teres trazido os teus pais à consulta. Agora podes ficar descansado, eu ocupo-me deles.'
O QUE DEVEMOS FAZER...
Palavra de ordem: não compliquem.
Segundo Aldo Naouri, o esterilizador de biberões não faz sentido, nem desinfectar o mamilo.
- Os biberões devem lavar-se com água quente da torneira.
- As nádegas do bebé devem ser lavadas com água e sabão.
- A roupa do bebé pode ser enfiada na máquina como o resto da roupa de casa.
- Em todas as idades, devem tomar-se as refeições familiares em conjunto.
- Um adolescente pode ir vestido da maneira que bem entender.
- Petiscar, no caso de um adolescente, não é de condenar, porque precisam de imensas calorias.
E O QUE NÃO DEVEMOS...
- Rituais antes de dormir, como a história ou a cantiga, é para irem à vida. Só servem para ritualizar o medo da criança. Deve-se mandar a criança para o quarto, e aí ela fará o que quiser com o seu tempo.
- Angustiar-nos com as horas de sono. É absolutamente necessário livrarmo-nos da obsessão do número de horas que eles dormem.
- Nunca, em circunstância alguma, se deve obrigar uma criança a comer.
- Biberão, chupeta e objectos de transição devem desaparecer antes do fim do segundo ano da criança.
- Bater nunca: nem na mão nem no rabo.
- Elogiar, só para coisas excepcionais.
- A criança não deve escolher a sua roupa.
- Uma ordem não tem de ser explicada, tem de ser executada. A explicação que é dada ao mesmo tempo que a ordem apaga a hierarquia. Se quiser explicar, só depois da ordem cumprida. A figura parental nunca, mas nunca, tem de se justificar perante o filho.
Para ler: 'Educar os Filhos', Aldo Naouri, Livros d'Hoje

Pobreza? Mas de espírito, antes de mais...


O povo... imbecilizado!

" O povo saiu à rua para festejar a vitória do Benfica e eu, apesar de ser do FC Porto, não achei mal. As pessoas têm o direito de ficar alegres.
O povo saiu à rua para ver o Papa e eu, apesar de ser agnóstica, não acho mal. As pessoas têm direito à sua fé.
O povo vai à Covilhã espreitar a selecção e eu, apesar de não ligar nenhuma, não acho mal. As pessoas têm direito ao patriotismo.

O governo escolhido pelo povo impõe medidas de austeridade umas atrás das outras, aumentando os impostos e não abdicando dos mega investimentos.
O povo não reage. Não sai à rua. Reclama à boca pequena e cria grupos zangados no Facebook. É triste que este povo, que descobriu meio mundo, não imprima à reivindicação dos seus direitos a mesma força que imprime à manifestação das suas paixões."

"Um país onde se admite a possibilidade de taxar o subsídio de Natal, ou mesmo acabar com ele, mas que gasta de dinheiros públicos para TGV, altares, estádios de Futebol, frotas milionárias para gestores públicos, reformas obscenas a quem trabalha meia dúzia de anos ou nem tanto, etc... é um país pobre, de facto. "

Mas de espírito, antes de mais.

no
Dias úteis

E-mail enviado pela Amiga Fernanda

REFLEXÃO SOBRE A CULTURA PORTUGUESA

Para Reflexão e Acção
A diferença entre países ricos e países pobres não é a sua Idade, pois a Índia e o Egipto, que têm mais de 5.000 anos são pobres e, por outro lado, Canadá, Austrália e a Nova-Zelândia, que há 150 anos eram inexpressivos, hoje são desenvolvidos e ricos. A diferença também não reside nos recursos naturais disponíveis.

O Japão que tem um território limitado, inadequado para a agricultura e para a pecuária, é a segunda economia mundial. É uma imensa fábrica flutuante, que importa matéria-prima do mundo inteiro e exporta produtos manufacturados.

Outro exemplo é a Suíça que não planta cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo. Cria no seu pequeno território animais e cultiva o solo apenas durante 4 meses ao ano, mas fabrica e exporta lacticínios da melhor qualidade. A Suíça é um país pequeno que transmite uma imagem de segurança, ordem e trabalho.

No relacionamento entre gestores dos países ricos e os seus homólogos dos países pobres, fica demonstrado que não há diferenças intelectuais. A raça, a cor da pele, também não são importantes: os imigrantes rotulados de preguiçosos nos seus países de origem, são a força produtiva dos países europeus ricos.

Onde está então a diferença? Está no nível de consciência do povo, no seu espírito. A evolução da consciência deve constituir o objectivo primordial do Estado, em todos os níveis do poder. Os bens e os serviços são apenas meios… A educação e a cultura ao longo dos anos, deve plasmar consciências colectivas, estruturadas nos Valores eternos da Sociedade: Moralidade, Espiritualidade e Ética.

Solução-sintese:

Transformar a consciência do Português. O processo deve começar na comunidade de onde vive e convive o cidadão. A comunidade, quando está politicamente organizada permite que as transformações desejadas para um país, neste caso Portugal, sejam efectuadas nos diversos micro-estados que a constituem, e que são os átomos do organismo nacional. Isso é confirmado pela Física Quântica.
Ao analisarmos a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue o paradigma quântico, isto é, a prevalência do espírito sobre a matéria, ao adoptaremos seguintes Princípios de Vida:
1. A Ética como base;
2. A Integridade;
3. A Responsabilidade;
4. O Respeito às Leis e Regulamentos;
5. O Respeito pelos outros cidadãos;
6. O Amor ao Trabalho;
7. O Esforço pela Poupança e pelo Investimento;
8. O Desejo de Superação;
9. A Pontualidade.

Somos como somos, porque vemos os erros, encolhemos os ombros e dizemos: “ não interessa… deixa andar!” A preocupação de todos, deve ser com a Sociedade, que é a Causa , e não a classe política, que é o triste Efeito!
Só assim conseguiremos transformar Portugal de hoje! Vamos agir! Reflictamos sobre as palavras de Martin Luther King: “O que é mais preocupante, não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos ou os dos sem Ética. O que é mais preocupante, é o Silêncio dos que são bons…”

PENSEMOS NISTO!

Nota:

Este texto é uma adaptação de um PPS recebido que acho oportuno apresentar neste momento crítico em que vivemos. Reflectindo ficamos conscientes que a transformação terá que começar em nós próprios ou, caso contrário, terá que aparecer Alguém que nos encaminhe nesse sentido! A escolha é nossa e terá que ser quanto antes pois estamos à beira da ruína ...

16/05/2010

SEMPRE O MESMO... SÃO OS MAIS CARENCIADOS A PAGAR OS DEVANEIOS DOS MAIS ABONADOS!!!

Pelo menos a verdade

O"Congresso das Bruxas" (na linguagem berbequiniana de Emídio Rangel), reunido em torno do "contabilista desnecessário" (para usar a fina elegância verbal do ainda governante açoriano), não chegou a tempo de iluminar as teses cor-de-rosa do nosso primeiro-ministro.

Certeiramente, com uma pontaria digna de registo, a corte de Bruxelas antecipou-se e, com um valente "puxão de orelhas", obrigou José Sócrates a renegar numa noite as ilusões com que, durante alguns anos, tentou mascarar a dolorosa realidade propagada por todos aqueles a quem chamou "bota-abaixistas". Mas nem assim foi capaz de impedir mais um desastroso disparate - o contrato para fazer um TGV entre o Poceirão e Caia…
De modo que, como estava bom de ver, vamos alegremente para o aumento dos impostos. O caminho mais fácil, o único que os governantes conhecem. Não é o caminho da recuperação, mas também já ninguém acredita nesse futuro.

Mais uma vez, falta a coragem de cortar nas despesas inúteis, ou mesmo imorais, nos desperdícios, nas mordomias, no egoísmo e na ganância, no favorecimento de alguns em prejuízo de todos, no uso imoderado do Estado para servir os amigos.

O Papa Bento XVI, que trouxe muitas lições e alguma esperança, colocou o dedo na ferida de que, com sincera humildade, aqui tenho falado repetidamente: há crise, sim, mas de valores.

Pelo menos, de verdade!

Artigo de Opinião no Jornal de Notícias, por António Freitas Cruz

Nota:

Quando é que o Povo diz BASTA??? Quando estiver morto???

15/05/2010

PRISÃO-ACAMPAMENTO

Joe Arpaio é o xerife do Condado de Maricopa, no Arizona há já bastante tempo e continua sendo re-eleito a cada nova eleição. Ele criou a 'cadeia-acampamento' , que são várias tendas de lona, cercadas por arame farpado e vigiado por guardas como numa prisão normal. Baixou os custos da refeição para 40 centavos de dólar que os detidos, inclusivé, têm de pagar. Proibiu fumar , não permite a circulação de revistas pornográficas dentro da prisão e nem permite que os detidos pratiquem halterofilismo.


Começou a montar equipas de detidos que, acorrentados uns aos outros (chain gangs) , são levados à cidade para prestarem serviços para a comunidade e trabalhar nos projetos do condado. Para não ser processado por discriminação, começou a montar equipas de detidas também , nos mesmos moldes das equipas de detidos . Cortou a TV por cabo aos detidos mas quando soube que TV por cabo nas prisões era uma determinação judicial, voltou a permitir mas só entra o canal do tempo e da Disney . Quando lhe perguntaram por que o canal do tempo, respondeu que era para os detidos saberem que temperatura iriam enfrentar durante o dia quando estivessem a prestar serviço comunitário, trabalhando nas estradas, construções, etc.

Em 1994, cortou o café , alegando que, para além do baixo valor nutritivo , estava a proteger os próprios detidos e os guardas que já haviam sido atacados com café quente por outros detidos , sem falar na economia dos cofres públicos de quase US$ 100.000,00/ano . Quando os detidos reclamaram, ele respondeu: - Isto aqui não é um hotel 5 estrelas e se vocês não gostam, comportem-se como homens e não voltem mais . Distribuiu uma série de vídeos religiosos aos prisioneiros e não permite qualquer outro tipo de vídeos na prisão . Perguntado se não teria alguns vídeos com o programa do partido democrata para distribuir aos detidos, respondeu que nem que tivesse, pois provavelmente essa era a causa de a maioria dos presos ali estarem.

Com a temperatura batendo recordes a cada semana, uma agência de notícias publicou: Com a temperatura atingindo 116 F , (47º C), em Phoenix no Arizona, mais de 2000 detidos na prisão-acampamento de Maricopa tiveram permissão de tirar o uniforme da prisão e ficar só de shorts (cor-de-rosa) , que os detidos recebem do governo. Na última quarta-feira, centenas de detidos estavam recolhidos nas barracas , onde a temperatura chegou a atingir os 138°F ( 60°C ). Muitos com toalhas cor de rosa enroladas no pescoço estavam completamente encharcados de suor. 'Parece que estávamos dentro de um forno', disse James Zanzot que cumpriu pena nessas tendas por um ano. Joe Arpaio, o xerife durão que inventou a prisão-acampamento, faz com que os detidos usem uniformes cor-de-rosa e não faz questão alguma de parecer simpático. Diz ele aos detidos: - Os nossos soldados estão no Iraque, onde a temperatura atinge 120°F ( 50°C ), vivem em tendas como vocês e ainda tem de usar fardamento, botas, carregar todo o equipamento de soldado e, além de tudo, não cometeram crime algum como vocês, portanto, calem a boca e parem de reclamar! Se houvesse mais prisões como esta, talvez o número de criminosos e reincidentes diminuísse consideravelmente. Criminosos graves têm de ser punidos pelos crimes que cometeram e não serem tratados a 'pão-de-ló' , tendo do bom e do melhor , até serem soltos para voltar a cometer os mesmos crimes e voltar para a vida na prisão, cheia de regalias e reivindicações. Muitos cidadãos honestos, cumpridores da lei e pagadores de impostos não têm, por vezes, as mesmas regalias que esses bandidos tem na prisão. Artigo extraído e traduzido de um documentário da televisão americana. Os factos acima são verídicos e a prisão-acampamento está lá, em Maricopa, Arizona.
Comentário adicional. Não é peta! Aqui está a confirmação da veracidade da notícia: http://www.snopes.com/politics/crime/arpaio.asp F um vídeo sobre a sua “Chain Gang Tent City”: http://www.youtube.com/watch?v=_1tfIKUZ0fY F a verdade sobre ele: http://www.truthorfiction.com/rumors/m/miracopjail.htm, F a sua biografia publicada na Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Joe_Arpaio F o seu blog (ou, melhor, o do seu condado): http://www.mcso.org/ F a investigação de que está a ser alvo, movida pelo Federal Grand Jury: http://articles.latimes.com/2010/jan/09/nation/la-na-arpaio9-2010jan09 F o protesto da International Human Rights Clinic: http://humanrights.change.org/blog/view/sheriff_joe_arpaio_role_model_for_the_world F os ataques dos seu detractores e concorrentes ao seu cargo nas próximas eleições: http://pt-pt.facebook.com/Arpaio.

Nota:

Com estas medidas os presos tornam-se úteis à Sociedade e pensarão duas vezes antes de cometer delitos e ou crimes. De certeza que a maioria deixará de ser reincidente. Tenha-se em atenção que isto se passa num País que se diz democrata! Não seria de importar estas ideias em vez de se fazerem leis que, eu diria, instigam à manutenção da criminalidade!


Edith Piaff e filha

Edith Piaff e sua filha Isabelle num "remake" muito bem conseguido!

14/05/2010

Suspeitos de afundarem finanças islandesas começam a ser detidos‏


Olhe se a moda pega !!! Vale a pena abrir este link!

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1563121

A imprensa islandesa avança que estas são as primeiras de uma longa lista de detenções de responsáveis pela ruína do país, na sequência do colapso bancário e financeiro da Islândia.
Na lista de possíveis detenções nos próximos dias e semanas estão mais de 125 personalidades da antiga elite política, bancária e financeira, com destaque para o ex-ministro da Banca, o ex-ministro das Finanças, dois antigos primeiros-ministros e o ex-governador do banco central.
A hipótese de cadeia e confiscação de bens paira também sobre uma dezena de antigos deputados, cerca de 40 gestores e administradores bancários, o antigo director da Banca, os responsáveis pela direcção-geral de Crédito e vários gestores de empresas que facilitaram a fuga de fortunas para o estrangeiro nos dias que antecederam a declaração da bancarrota.
Em Outubro de 2008, o sistema bancário islandês, cujos activos representavam o equivalente a dez vezes o Produto Interno Bruto do país, implodiu, provocando a desvalorização acentuada da moeda e uma crise económica inédita.

Nota:
Era boa ideia que em Portugal e no resto da Europa seguissem estas medidas à semelhança do que passa na Islândia.
Seria o princípio de uma limpeza que urge que seja feita para bem de todos nós!!!

13/05/2010

Definição de Política


Grouxo Marx dizia:

"A política é a arte de procurar sarilhos, descobri-los em todo o lado, diagnosticá-los incorrectamente e aplicar os remédios errados."

É este o marxismo de obras desfeitas que Sócrates quer aplicar ao País.

Bons Exemplos de Deputados... que não seguidos!!!


Há crise na Europa? Para alguns deputados parece que não!
Vejam o vídeo do link abaixo


http://www.youtube.com/watch_popup?v=m2B7RWJY--A

De facto ele teve a coragem de alertar, criticar e deixar claro que deram um mau exemplo.....mas ficou tudo na mesma e quem paga somos nós!!!

Mas há igualmente Deputados que se insurgem com a corrupção e que levantam a sua voz para acabar com esse estado de coisas mas são poucos, veja-se o link abaixo onde uma Deputada brasileira leva o assunto para discussão

http://www.youtube.com/watch?v=pYWSudD21cE

Já antes ela se manifestara sobre o assunto conforme se pode ver


Mas estes exemplos acabam sempre sem resultados práticos porque a maioria está lá para se servir ! O Povo, esse, fica esquecido...

12/05/2010

A bancarrota da Economia da Mezinha e o Protektorat von Portugal


Está consumada a bancarrota do Estado que, por pena que vista ainda a cor socratina, é e será português. O que prevenimos, e tantos negaram confiados afinal na irresponsabilidade e satisfação do interesse pessoal do primeiro-ministro e do seu grupo, sucedeu.
Mais tarde falarei sobre as consequências, mas por agora é preciso saber que se aproxima a redução de salários, pensões e subsídios, o pagamento de indemnizações absurdas a construtoras e bancos por obras contratadas nestes últimos dias de socratismo moribundo e que serão adiadas, e a imposição de uma tutela financeira e económica da União Europeia e do FMI sobre Portugal durante uma década. Enquanto não reequilibrar, pela poupança, as contas públicas, Portugal será um protectorado da União Europeia e do FMI, com especial ascendência da Alemanha, o maior credor.
Não adianta agora o primeiro-ministro comprometer-se na dura
reunião do Eurogrupo de 7-5-2010, que afinal vai baixar agora o défice em mais 1% e não apenas nas calendas gregas, para onde atirou a austeridade. Pode prometer o céu aos parceiros europeus e, finalmente, a terra aos portugueses: ninguém acredita mais nele. Os parceiros europeus, a União Europeia e o FMI, sabem muito bem que promete uma coisa e faz outra: promete conter o défice e celebra à pressa, no dia da subida exponencial dos juros e da queda da bolsa, um contrato de 1,244 mil milhões de euros da concessão rodoviária do Pinhal Interior ao consórcio Mota/Engil-BES (para construção das absolutamente indispensáveis estradas do IC3 – Tomar/Coimbra (IP3/IC2), incluindo ligação a Condeixa; IC8 – Proença-a-Nova/Perdigão (A23); EN236-1 – Variante do Troviscal; ER238 – Cernache do Bonjardim/Sertã (IC8); EN238 – Sertã/Oleiros; e EN342 – Lousã/Góis/Arganil/Côja, incluindo ligação ao IC6; e requalificação e exploração de outras estradas nessa zona). Os parceiros europeus e as instituições financeiras internacionais sabem que no dia seguinte ao compromisso de reduzir o défice em 1%, celebrou, neste sábado, 8-5-2010, o contrato de construção do TGV do Poceirão ao Caia, para o qual acredito que tenha pedido, na sexta, 7-5-2010, o apoio de Sarkozy, numa cimeira de motivo real disfarçado (a inovação energética ...), prometendo encomenda de equipamento francês, naquele que é o seu último grande negócio.... O TGV do Poceirão!... Sócrates pode não ter dinheiro para pagar salários, pensões e subsídios de desemprego, mas à beira da bancarrota, o Estado gasta o que não tem no TGV do Poceirão e na variante do Troviscal!...
Questionado sobre o assunto na visita ao extraordinário exemplo do Parque Tecnológico de Óbidos, focado nas indústrias criativas, no sábado 8-5-2010,
o Presidente da República pediu confiança no... ministro das Finanças e revelou que o primeiro-ministro de nada o informou e que o primeiro-ministro não falou com ele nos últimos dias !... Foi a declaração mais dura do Prof. Cavaco Silva sobre José Sócrates, desde que tomou posse: reduziu Sócrates à irresponsabilidade e inutilidade. Sócrates não informou o Presidente da República de que comprometeu o Governo a reduzir o défice do Estado, de que Cavaco Silva é presidente, em mais 1%!... Mas telefonou ao líder da oposição!... Será que reuniu o Conselho de Ministros para definir esse compromisso do Estado português?... Um Governo sem rei - Sócrates parece um D. Afonso VI, na fase pré-clausura - e sem roque - Teixeira dos Santos assemelha-se agora ao caído em desgraça Conde de Castelo... mas Pior.
Mas insisto que de nada adianta o que Sócrates prometa: porque ninguém acredita e porque é tarde. Não adiantava correr mais do que o urso, adiantava correr mais do que os outros que fugiam do pânico, como fez a Irlanda, quando estabeleceu um
programa férreo de austeridade na despesa pública e assim ganhou credibilidade dos mercados. Mais: depois da Grécia, é Sócrates com a sua política despesista que afunda não apenas o seu país, mas também o dos outros, quando se recusou, na prática, a prevenir o contágio do pânico. A passagem da barreira dos 7% (a cotação fechou na sexta a 7,05%) do juro da dívida do Estado português a dez anos, na sexta-feira, dia 7-5-2010, representa a confirmação da inevitabilidade da bancarrota de Portugal. Agora mesmo, o juro da dívida soberana portuguesa a dez anos já vai em 7,32%...
Quando passou a barreira psicológica dos 5%, em 23 de Abril de 2010, há duas semanas, como aqui assinalei, logo se percebeu que a marcha do País para uma segunda tragédia grega era inevitável. Confirma-se agora. Mais ainda, como muito bem
acentuava o Jornal de Negócios , os juros da dívida de curto prazo (dois e três anos) são agora mais caros, desde sexta-feira, do que os da dívida de longo-prazo (dez anos), o que significa que os investidores desconfiam mais da capacidade de Portugal lhes pagar no curto prazo. De acordo com a a consulta que fiz agora no sítio do Wall Street Journal, antes da abertura dos mercados de segunda-feira, 10-5-2010, o juro da dívida do Estado português a dois anos já vai nos 8,78%!...
Tenho insistido que importa perceber a
noção de bancarrota Um país da Zona Euro não deixa de pagar (não chega ao default) porque beneficia da protecção das instâncias comunitárias, dos outros países do euro e do FMI, pois se essas instâncias deixassem que isso acontecesse, era o próprio euro e o sistema monetário internacional que ficavam em causa. Não haverá, portanto, aqui uma Argentina que na ressaca da dolarização da sua economia, decretou uma moratória no pagamento da dívida e limitou os levantamentos bancários a 700 dólares. Bancarrota é Portugal declarar a sua incapacidade à União Europeia e ao FMI de cumprir o pagamento da dívida se não beneficiar da caridade deles com empréstimos de favor. É essa declaração formal que eu creio que o primeiro-ministro fez aos seus colegas da União Europeia durante este fim-de-semana.
Nas circunstâncias aflitivas do défice e da dívida pública portugueses (que ninguém acredita tenham o valor que o Governo indica), o Estado não tem condição de suportar o pagamento deste nível de juros, e dos juros que aí vêm, pois cada vez mais os investidores reclamarão um juro maior para emprestarem dinheiro a Portugal. E, de acordo com
informação de 14 de Abril de 2010, o Estado português precisa de cerca de 20 mil milhões de euros até final do ano para pagar juros e cupões de obrigações.
Este é o diagnóstico da situação actual. Nem é preciso vir o Prof. Paul Krugman explicar no seu post, de 7-5-2010,
«O Nao» (sic) - citado pelo Jornal de Negócios : «Portugal não está bem: as taxas de juro estão onde a Grécia estava apenas há poucas semanas».
O fim da Economia da Mezinha, uma adaptação socratina da
voodoo economics. A bancarrota.
In Do Portugal Profundo, Publicado por António Balbino Caldeira