"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

13/07/2013

O Que Vai o PS Segurista fazer?


 
  

1. Vai a Belém, pela enésima vez, exigir a dissolução do Parlamento, antes que fique evidente para toda a gente que os culpados da presente crise política são exclusivamente os ex-governantes do PS, a actual direcção do PS, a dívida colossal que os primeiros geraram, a incapacidade para dançar o tango soteriológico do País com quem está ao leme, e não o impasse governamental diante do precipício eleitoral do corte permanente de 4,7 mil milhões de euros. Seguro tem medo. Dependendo do que diga e do que faça, o seu PS definhará na simpatia dos putativos eleitores, enquanto o grosso do eleitorado geriátrico olhará para o PSD-PP como olharam os que aplaudiram Passos de pé, na Sé Patriarcal, reconhecidos por se manter em funções e por ser e parecer o salvador da Pátria em contraste com Portas. Os portugueses, se forem inteligentes, pouparão um Governo que fez tudo o que a Troyka quis e mais faria, se não fosse tão violento, impopular e grotesco do ponto de vista das respectivas consequências sociais e eleitorais.
2. Vai mudar de Secretário-Geral, suscitar um Costa Tostado, um Ferro Cara-de-Cu, um caramelo qualquer mais vociferante, recrudescer a crítica ao Governo, ao Presidente, à Troyka, à Comissão Europeia, ao FMI e ao BCE, pedindo eleições já, pedinchando mais tempo e mais dinheiro, fazer e dizer tudo o que as sereias diriam a Ulisses, antes que seja tarde para apanhar o eleitorado doido, disposto, nas sondagens, a mais demagogia xuxa; antes que se veja condicionado nas próximas eleições, tal como o PSD e o PP, com compromissos de salvação nacional entretanto assumidos.


SALVE-SE QUEM PUDER




Cavaco acaba de falar ao país. Começou com a conversa habitual da credibilidade, da responsabilidade, do sentido de Estado, do interesse nacional e de outras tantas interpretações livres de palavras e expressões hoje completamente desvirtuadas no sentido.
Quando toda a gente esperava que desse o golpe de misericórdia ao país e anunciasse o seu apoio à não solução que lhe foi apresentada por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, quando toda a gente esperava ouvir que não convocaria eleições antecipadas, Cavaco fez ainda pior e anunciou que apenas viabilizará um acordo de regime a alcançar entre os três partidos que assinaram o memorando, um acordo que assegure "estabilidade", não apenas até às eleições que combinarão entre os três para data posterior ao final do programa de "ajustamento", Junho de 2013, como também depois dessas eleições.
Há pelo menos três conclusões imediatas a retirar de mais este episódio que atesta como a loucura não tem limites e como o poder em Portugal não poderia realmente estar em melhores mãos.
A primeira, que enquanto andava para aí a teatralizar a exigência de eleições antecipadas, António José Seguro desenvolvia negociações paralelas para encaixar o seu partido no poder e nos negócios do poder. Agora se entende o mutismo dos deputados do PS na Comissão de Negócios Estrangeiros, naquela que seria a despedida de Paulo Portas: não lhe dirigiram a mais mínima observação sobre a sua decisão de brincar com milhões de vidas utilizando a palavra "irrevogável".
Agora se entendem também as posições tomadas nos últimos dias por algumas figuras sinistras do PS, como é o caso de José Lello, que se manifestou contra a realização de eleições antecipadas alegando não estarem hoje reunidas as tais condições de "governabilidade" que reflectem a visão aritmética que estes partidos têm da política.
A segunda, que pelo menos durante mais um ano teremos três partidos, que nas eleições de há dois anos obtiveram mais de 80% de lugares no Parlamento mas que em eleições realizadas hoje de forma alguma os obteriam, a usarem este poder, hoje ilegítimo, para prosseguirem as políticas que aceleraram a destruição do país nos últimos dois anos com ainda mais 4700 milhões em cortes cegos.
Cavaco Silva acaba de sentenciar o SNS que nos garantia um mínimo de segurança em situação de doença, o Ensino público universal e de qualidade, a Segurança Social que ainda nos punha a salvo da esmola, a estabilidade mínima no emprego que tivemos até agora.
Cavaco Silva acaba de decretar um aumento exponencial do desemprego, o encerramento de ainda mais pequenas e médias empresas, novos recordes da dívida pública, a privatização do que resta privatizar, a concentração de riqueza, um crescimento ainda maior do número de milionários em Portugal, que aumentou nos últimos dois anos como nunca antes.
Cavaco acaba de consumar a desforra com o 25 de Abril há tanto sonhada.
Finalmente, a terceira, que Cavaco Silva e os três partidos do arco da austeridade prevêem voltar a transformar as próximas eleições numa mera divisão de poder entre os três. Isto reflecte o respeito que não lhes merece, nem podia merecer-lhes, um povo que, fizessem o que fizessem, nunca soube usar o voto para punir as suas traições e os seus desgovernos sucessivos.
Cavaco tem boas razões para acreditar que nas próximas eleições, sejam elas quando forem, os portugueses irão agradecer a estes três partidos pela devastação hoje ainda inimaginável que seguramente deixarão atrás de si. Pode ser que as contas lhes saiam furadas.
A palavra foi devolvida ao povo. Mas agora será pior, terá que ser na rua. Terá que ser a rua a correr com eles. Ou então, adeus. E salve-se quem puder.

O BRASIL ACORDOU!




12/07/2013

Abalos políticos




Estava esta crónica já escrita, à espera da posse dos ministros remodelados pela proposta Passos-Portas de reentendimento da coligação, quando – como todos os comentadores e agentes políticos – fomos surpreendidos pela comunicação ao país de 10 de Julho do Presidente da República. Mas vamos por partes.
Como fenómeno observável por comentadores e analistas, o tropeção ocorrido na vida política portuguesa nos primeiros dias de Julho foi um case study. A carta de despedida do ministro Gaspar é uma notável peça, reveladora da maneira como funciona um governo e de como um tecnocrata como ele, que não é um político profissional, sai vencido pelas insídias de colegas, pelas resistências institucionais opostas a qualquer mudança mais profunda que se tente fazer e, finalmente, pela própria consciência dos limites das suas capacidades face aos insucessos obtidos em vários domínios decorrentes da actuação tida (sobretudo na economia e no emprego). As cenas da tomada de posse da sua substituta (com um caso de swaps à perna), da “irregovável” demissão de Paulo Portas, da subsequente declaração ao país de Passos Coelho (“não me demito”) e do atabalhoado processo que se seguiu levou muitos observadores a falarem de “garotices”.(…)
(…)O problema é que essa lógica e essa racionalidade se definem em relação aos interesses de poder próprios de cada um desses actores – sejam individuais, de “grupo” ou partidários – e não, de maneira nenhuma, em relação a um qualquer tipo de “superior interesse nacional”, chavão discursivo com que, não obstante, somos por eles bombardeados a cada passo.
De facto, nessas acções: as informações da conjuntura internacional (económica, diplomática, europeia, etc.) estão presentes “como contexto”; os dados que vão sendo divulgados sobre o andamento da vida económica e financeira do país estão igualmente presentes “como contexto”; as barreiras legais que o Tribunal Constitucional e outras instâncias judiciárias vão erguendo a determinadas medidas decretadas pelo governo são encaradas como “constrangimentos do contexto”; as negociações da “concertação social”, as tomadas de posição dos “parceiros sociais” e os pronunciamentos do Conselho Económico e Social ou do Provedor de Justiça são ainda tomados em conta no quadro da “análise política de situação”; idêntico tratamento é dado aos scores das sondagens de opinião e aos movimentos de protesto nas ruas (cujos líderes decerto estarão sob vigilância dos “serviços de informação” e serão objecto dos seus relatórios secretos); e as tomadas públicas de posição das forças partidárias da oposição são igualmente consideradas como “elementos de análise da situação”, o mesmo acontecendo com as posições, públicas ou ditas com reserva, do Presidente da República.(…)
(…)Isto aplica-se ao PSD e ao CDS que há dois anos assumiram a governação, mas igualmente ao PS, como putativo aspirante a tomar parte no próximo governo, que nem esse tempo demorou a considerar esquecidas as responsabilidades do consulado de Sócrates no avolumar da crise e a cortar a hipótese de uma solução de “salvação nacional” com a sua imprudente declaração (mas reveladora do que o move) de que só regressaria ao governo após novas eleições. Este foi um erro de palmatória só explicável pela fragilidade do líder e pelas pressões internas para voltar ao poder a qualquer preço e o mais rapidamente possível, sem o mínimo “exame de consciência” das suas responsabilidades pelas práticas políticas desenvolvidas desde há longos anos.(…)
(…)As reacções bolsistas e “dos mercados” a esta mini-crise governativa de Julho mostraram talvez a muita gente o que se seguirá à convocação de eleições antecipadas, com o inerente adiamento da próxima avaliação da “troika” e congelamento do respectivo cheque, da inevitável “reforma do Estado”, da execução e da preparação do orçamento, de um prolongado governo-de-gestão com as datas do resgate de vultuosos empréstimos a aproximarem-se, etc. – sabendo nós ainda por cima que, de novas eleições (já, ou mais adiante) só sairá uma legitimidade governativa mais abalada devido a uma ainda mais fraca participação eleitoral (modo que resta aos cidadãos para expressarem a sua crítica aos principais partidos políticos), e de novo uma complicada negociação inter-partidária para a formação de um governo e a fixação de um qualquer programa de actuação, que nunca poderá ser muito diferente do actual, vista a envolvente externa.
A “saída democrática” que todos dizem ser o modo de resolução de um impasse político – as eleições –, sabemo-lo de antemão que nada resolve enquanto tivermos este sistema partidário, que é um dos principais responsáveis pela crise actual e tem até agora mostrado ser incapaz de se auto-reformar.(…)
(…) Mas as soluções para que apontam (como, de resto, em parte, o próprio PS, enquanto partido de oposição) nada ajudam a perceber qual seria a “outra política” que poderia reverter a crise actual – a menos que fosse o empobrecimento radical resultante de uma saída abrupta do Euro, transformando-nos numa espécie de Albânia da Europa ocidental (que aliás já constituiu um modelo ideal para alguns dos ex-maoistas que agora nos governam). Como escreveu Paulo Trigo Pereira (no Público de 7.Julho.2013), julgamos que “Portugal não tem, nem terá proximamente, crescimento económico que sustente simultaneamente o Estado social tal como hoje existe, a regionalização e municipalização no figurino actual, os juros da dívida pública, os encargos com as parcerias publico-privadas e um sector público empresarial que se mantém deficitário”. (…)
 (…)Por tudo isto, as previsões actuais terão de ser de pessimismo. A não ser que, por uma “iluminação” fantástica e surpreendente, a “classe política” cortasse 30% nos seus vencimentos e todos os benefícios-de-função, e reduzisse significativamente o número de deputados, vereadores, assessores e outros estipendiados pelo orçamento público, para que pudesse apresentar-se perante o povo com alguma credibilidade no pedido de sacrifícios.     
JF / 11.Jul.2013

Seguro, a matemática e o seu francês



CUIDADO!
JÁ BASTA O “INGLÊS TÉCNICO” DO OUTRO POLIGLOTA! (SÓCRATES). ESTE DEVE TER FEITO O EXAME DE “FRANCÊS TÉCNICO”  NALGUM DIA SANTO! É ESTA “PERA DOCINHA”, ESTE “PUDIM FLAN” O POTENCIAL 1º MINISTRO CÁ DA TERRIOLA Á BEIRA MAR PLANTADA!
HAJA DEUS  E DECORO! A MINHA AUTO-ESTIMA JÁ HÁ MUITO QUE FOI VOANDO E NÃO MAIS VOLTOU!
VC