04/06/2011
"Como Vencer a Pobreza e a desigualdade"
REDACÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES
Imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para Professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases
Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ
'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência… Exagero de escassez... Contraditórios? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinónimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de carácter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efectivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-activa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um factor fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efectiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro para fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?
Recebido por e-mail pela minha Amiga Mariazita
NOTA 1:
Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em Julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prémio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redacção sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
A redacção de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos seleccionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da UNESCO.
Quem sabe, aos poucos, iremos acordar este "Brasil".
NOTA 2:
Este texto, muito bem elaborado, não diz respeito só ao Brasil pois pode ser, igualmente, dirigido a muitos outros Países! Portugal está nesse caso infelizmente!
O Mundo perdeu Valores e Princípios e tornou-se num “monstro egoísta” onde as “Pátrias são Madrastas Vis”!
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4 comentários:
Querido amigo Luís, agradeço desde já as suas prestigiantes visitas No Livro da Vida. Tenho estado um pouco ausente da blogosfera, por diversas razões, que aos poucos julgo irão sendo conciliadas de forma a poder dedicar todos os dias um pouquinho e visitar mais os blogs dos amigos de forma a que a interacção e a troca de ideias possa ser efectiva.
Adorei este post, sobre a composição vencedora na ONU. Esperemos que o eco deste belo texto chegue fundo, no coração de todo o mundo. Tem um verdadeiro sentido social e comunitário, será o cariz de quem diz o que sente, que o torna tão real, identificamo-nos com a denúncia da Pátria Vil, madrasta.
Tenha uma bela e linda semana.
Beijinhos com amizade da amiga
Sãozita
Minha Querida Amiga Sãozita,
Estou sempre ao lado dos que mais precisam e digo até por graça que desejo que todos estejam melhores que eu para assim não ser necessária a minha ajuda... Mas sempre vou ajudando nem que seja com uma boa palavra de alento!
Um beijinho amigo e solidário.
Luis, na minha opinião se vence a pobreza é com trabalho e oportunidades e ensino profissionais. E não com esmolas, ajudas passageiras que não fortalessem o caráter, antes pelo contrário deixa o pobre acomodado e e dependente de apadrinhamento.
Essa é nossa vergonha, não valorizam nem apoiam empreendimentos, e empreendedores, antes os pune com taxas e impostos. Temos as mais altas taxas de impostos do mundo...
Beijinhos, amigo!
Celle
Minha Muito Querida Amiga Celle,
A sabedoria oriental (chinesa) resolve bem este problema! Não dá subsidios que só criam dependências, por isso não dão o peixe, mas dão a cana, o isco e ensinam a pescar! Só desta maneira as pessoas crescem...
Um beijinho amigo e solidário.
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