Diz que a administração da Parque Escolar se demitiu. Não se sabe é quando o Tribunal de Contas publica o que tem a publicar, notifica o Ministério Público e este age em conformidade. Esta gente deitou fora, não fez o que tinha a fazer (recuperar o parque escolar), não criou empregos, distribuiu pelas grandes empresas e ateliers e cometeu vários crimes de lesa-património, histórico e ambiental.
Foi isto a Parque Escolar, um exemplo de topo do socratismo a brincar com o investimento público a caminho da privatização do ensino, desígnio supremo de Maria de Lurdes Rodrigues, única razão que explica a complacência com que Nuno Crato os tratou ao longo destes meses. Vai uma aposta em como a seguir vamos ouvir falar da privatização da empresa que já é dona de dezenas de edifícios públicos?
A fotografia foi publicada pelo Paulo Guinote e feita aquando da intervenção da Parque Escolar no Liceu Gil Vicente. Embora alguém ali tenha comentado "Estes azulejos foram descobertos quando se procedeu a escavações com vista à actual remodelação da escola Gil Vicente. Foram retirados e encontram-se no Museu do Azulejo para serem recuperados.", o mínimo que se lê na imagem é: prospecção arqueológica, não se faz? No governo que mandou o Museu Nacional de Arqueologia para onde não pode estar deve ter sido um acto de coerência política.
João José Cardoso, no Aventar
Parque Escolar: tanto por saber |
A avaliação completa do impacte de toda essa revolução continua por fazer e deverá incluir referências ao aumento brutal dos gastos energéticos graças a opções delirantes, como as de criar salas sem luz natural, para além do recurso a materiais importados mais caros do que outros de qualidade similar produzidos em Portugal ou a aquisição de equipamentos cuja manutenção poderá estar além dor orçamentos depauperados das escolas.
A reflexão sobre todo este processo não pode, evidentemente, descurar a importância do investimento público e, sobretudo, a necessidade de que os edifícios escolares estejam em condições, no mínimo, dignas, o que não é o mesmo que dizer que era fundamental transformar tantas e tantas escolas em estaleiros, que serviram, muitas vezes, para que arquitectos ignorantes impusessem projectos irrealistas, ao arrepio dos pareceres de quem conhece o terreno, prática habitual.
No entanto, se o processo da Parque Escolar, tal como foi conduzido por Sócrates, constituiu um disparate, a iminente extinção da empresa não deveria significar o fim das obras nas muitas escolas em que elas são necessárias.
Portugal, no entanto, é um caso de bipolaridade governativa, em que, por ausência de planeamento ou por opções ideológicas, se faz a mais ou a menos, fugindo-se, sempre, à medida justa.
Daniel Oliveira, advogado do Parque Escolar, contraria aqui os números apresentados por Nuno Crato, a propósito da auditoria da Inspecção Geral de Finanças. A ser verdade o que diz o primeiro, por tendencioso que seja, continuamos perante um derrapagem orçamental, o que é grave, e é igualmente grave que o Ministro da Educação se possa ter enganado tanto nos valores dessa derrapagem.
Os interessados em ler as conclusões da auditoria podem fazê-lo aqui .
António Fernando Nabais , no Aventar
4 comentários:
Sócrates não é - nunca foi - pessoa do meu agrado.
Mas ao fim de oito ou nove meses, Passos já mostrou o que (não) vale!!
Bom final de semana, amigo meu
Caro Luís,
O comentário da São é muito eloquente. Mostra que os vícios e manhas dos nossos políticos estão de tal maneira a minar a saúde do país que não há benefício em trocar de governantes. Com tonalidades mais ou menos diferentes são todos os mesmos vaidosos, arrogantes, incompetentes, impreparados que pensam principalmente em enriquecer depressa por qualquer forma. Para isso encostam-se a bancos e empresas poderosos e seguem os interesses do grande capital desprezando a grande maioria da população, esquecendo que foram eleitos para criar as melhores condições de vida para os eleitores, o desenvolvimento da economias a que o povo é mais sensível. Repare-se nos apoios dados aos bancos mesmo que sejam um truque desonesto como o BPN e BPP, a subserviência à EDP, à Lusoponte, à Portugal Telecom, ao Freeport, etc.
Para eles a forma de actuar é o de manada ou bando, com nomeações dos amigos e protegidos, em táctica de troca de favores, sem olhar à procura dos cidadãos mais competentes para os cargos a preencher. As grande empresas a que obedecem retribuem dando emprego (servindo de creche) aos filhos dos políticos e dando lugares de administradores (asilo de terceira idade) aos ex-políticos. Nenhum destes está desempregado!
Outro assunto: Depois de ver num jornal de ontem que o Sócrates está a gastar em Paris 15.000 euros por mês (ele até era pobre antes da política!) e lembrei-me que ele bem podia passar a gastar apenas 10.000 e oferecia 5.000 ao Cavaco para o ajudar a viver dadas as dificuldades que deve ter com apenas os 1.300 que declarou receber. Era uma boa bofetada com luva branca a quem o chamou de desleal!!! A caridade e a solidariedade dignificam quem as pratica!!! Fico à espera.
Abraço
João
Meu querido amigo Luis
Ninguém, de bom senso, poderá dizer que vivemos num mar de rosas, muito pelo contrário.
As dificuldades são maiores a cada dia que passa, e por mais que se franzam os olhos :), não se vê uma luzinha ao fundo do túnel.
Depois de ler e ouvir tantas (!!!) opiniões de todos os quadrantes, uma pergunata me ocorre:
- Qual é a solução? Um país sem qualquer governo? A anarquia total e absoluta?
Quem souber me responda, por favor.
Óptimo domingo, meu amigo.
Beijinhos
Meus Bons Amigos,
Este "sistema" que foi criado é responsável pelo que estamos a viver!
Há que acabar com ele e com a teia por ele mantida!
Enquanto isso não acontecer "muda-se o prato" mas mantêm-se as moscas!
Não vejo que os deputados dos diversos quadrantes existentes na AR queiram mudar Constituição pois isso iria tocar-lhes na sua "bolsa"!!!
Um abraço amigo e solidário.
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