"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

26/04/2013

Erros políticos levam a "esta degradante situação" do País




Rui Rio discursava ontem durante a sessão solene das comemorações do 25 de Abril, cerimónia na qual foram entregues as medalhas da cidade, considerando que "se não houver a capacidade de os verdadeiros democratas se entenderem, no sentido de consensualizarem reformas necessárias à credibilização e capacitação da política, o que no futuro nos espera não poderá ser nada de bom nem de positivo".
"São erros políticos, passados e presentes, que nos conduziram a esta degradante situação. Se, no passado, os erros nos levaram, à acumulação de permanente e avultados défices externos e a um nível de endividamento e de falta de transparência nas contas públicas que hoje nos atirou para este empobrecimento colectivo, no presente, também não deixa de haver erros que tornam ainda mais difícil o que, manifestamente, nada tem de fácil", criticou.
Na opinião de Rui Rio, "a escassez de bom senso, racionalidade e competência técnica na gestão do quotidiano" pode "matar o País de uma forma tão cruel quanto as penalizadoras medidas decorrentes do nosso insustentável sobre-endividamento".
"Exige-se, por isso, a todos os que se ofereceram para desempenhar funções de responsabilidade política, que assumam com coragem e patriotismo a necessidade de serem capazes de colocar sempre o interesse nacional em primeiro lugar, rejeitando as mesquinhez do interesse partidário, a promessa eleitoral mentirosa e irrealista, e a contradição intelectualmente desonesta que arruína a confiança de quem não sendo estúpido facilmente a detecta", sublinhou.
Para o social-democrata, este é "um momento decisivo da nossa história: ou rompemos com o que está a estrangular ou empenhamos, por muitos e maus anos, o futuro do nosso País".
Para Rio, as "reformas necessárias não são as que obedecem à lógica simplista, aos ditames do político e mediaticamente correto, nem aos interesses conjunturais deste ou daquele partido".
O presidente da Câmara do Porto reiterou as duras críticas que tem vindo a fazer ao Governo devido à situação actual da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto, recordando que na assembleia geral da Porto Vivo, da passada semana, o accionista  Estado "explicou que a sua estratégia passa por deixar falir a sociedade".
"É difícil conseguir imaginar pior. (...) com a angústia a tomar conta dos portugueses, o Governo aposta na falência da SRU do Porto e na consequente paralisação da reabilitação urbana", condena.
Rio criticou ainda o facto de a segunda câmara do País chegar "ao fim do mês de Abril sem ter podido iniciar o seu programa anual de investimentos".
"Em face da gravidade do que está a acontecer, ninguém pode deixar de se incomodar e de não lutar pela nossa cidade, cuco interesse tem que estar acima de qualquer opção política ou ideológica", considerou, garantindo que tudo fará para defender o interesse do Porto, não só enquanto presidente da câmara como depois "como seu normal cidadão".

Proliferação no governo Sócrates



 
A maioria dos contratos de especulação nas empresas públicas para protecção da taxa de juro dos empréstimos bancários, os chamados ‘swaps', concentra-se entre 2007 e 2009, período correspondente aos últimos dois anos do primeiro mandato do governo de José Sócrates.
Ao que o CM apurou, essas operações envolvem cerca de 2,6 mil milhões de euros, com a maior fatia a estar concentrada nos metropolitanos de Lisboa e do Porto. O Governo de Passos Coelho deverá terminar hoje a negociação destes contratos com os bancos envolvidos.
No centro do recurso das empresas aos swaps está, segundo fonte próxima da investigação, a falta de transferência de verbas do Orçamento do Estado para as empresas procederem aos investimentos necessários. Daí que os encargos financeiros causados por esses contratos especulativos levantem responsabilidades de ordem política, na medida em que o primeiro Executivo de José Sócrates não terá dotado as empresas públicas das verbas necessárias para a realização dos investimentos necessários.
Os contratos de especulação terão tido como objetivo a obtenção de ganhos por parte das empresas. Alguns responsáveis das empresas que fizeram esses contratos defendem-se alegando que os bancos diziam que apenas emprestavam dinheiro se celebrassem esses contratos especulativos.
O risco financeiro gerado pelos swaps foi descoberto pela Inspeção-Geral de Finanças (IGF) em 2008. Costa Pina, então secretário de Estado, disse ao ‘Negócios' que, na sequência da auditoria, solicitou à Direcção-Geral do Tesouro e Finanças "a preparação urgente de instruções relativas à contratação de instrumentos de gestão de risco financeiro." O despacho de Costa Pina foi emitido em Janeiro de 2009, mas o risco dos swaps só surge no decorrer deste ano, com as negociações com os bancos.

23/04/2013

Se Camões fosse vivo, escreveria assim os "Canalhíadas":





                   I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

                 II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

                   III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

                   IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!


Luíz Vaz Sem Tostões

 

22/04/2013

SOCIALISMO – TEMA PARA REFLEXÃO





Um professor de economia da universidade Texas Tech disse que raramente chumbava um aluno, mas tinha, uma vez, chumbado uma turma inteira. Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo".

O professor então disse, "Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames."  Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto seriam "justas". Isto quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores...

Logo que a média dos primeiros exames foi calculada, todos receberam 12 valores. Quem estudou com dedicação ficou indignado, pois achou que merecia mais, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado!

Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também eles se deviam aproveitar da media das notas. Portanto, agindo contra os seus princípios, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. O resultado, a segunda média dos testes foi 10. Ninguém gostou.

Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5. As notas nunca mais voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, procura de culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma.

A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros. Portanto, todos os alunos chumbaram... Para sua total surpresa.

O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi o seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado. "Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável."

O pensamento abaixo foi escrito em 1931.

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de leis que punem os ricos pela sua prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa tem de trabalhar recebendo menos. O governo só pode dar a alguém aquilo que tira de outro alguém.
Quando metade da população descobre que não precisa de trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."

Adrian Rogers, 1931

21/04/2013

A SENILIDADE CAQUÉTICA DO DR. MÁRIO SOARES



                                                               
                 
 Veio o arvorado “pai democrata” afiançar em título de 1ª página: “Por muito menos do que isto mataram o Rei D. Carlos”.[1]
    Vejamos se entendi bem: o Dr. Mário Soares (MS) pretende comparar a situação existente, àquela vivida pelo nosso Augusto Rei e comparar a sua acção à dos governantes actuais – nomeadamente o PR, Prof. Cavaco Silva – na solução da “crise” em ambas as épocas, e “alertar” o actual inquilino de Belém para que lhe pode acontecer o mesmo – presumo que metaforicamente…
    O Dr. MS não se enxerga mesmo.
    Quando o ilustre monarca foi vilmente assassinado, com seu filho primogénito, em 1/2/1908, tinham passado 88 anos da Revolução Liberal, de 1820, que virou o país de pantanas, até 1851 e depois nunca lhe conseguiu dar coerência e estabilidade, acabando em desastres políticos, sociais e financeiros sucessivos, que resultaram numa fuga para a frente, que culminou na implantação da República, em 5/10/1910 – de que o atentado do Terreiro do Paço foi a antecâmara – como se os problemas do país derivassem da existência da Família Real.
    Imbecilidade semelhante, já tinha sido aduzida em 1820, ao tentar-se sentar no Trono, em vez de um Homem, um papel: a Constituição!
    O Senhor Rei D. Carlos foi um monarca notável, patriota – por definição só podia – homem de carácter, probo, culto, com visão política, excelente diplomata, cientista e artista de rara sensibilidade. E deu exemplo de contenção e solidariedade em tempos de dificuldades generalizadas…
    Aturou – é o termo - a maldita da política partidária – os partidos políticos, em geral, sempre constituíram uma pústula cancerosa na Nação – com menos paciência, é certo, com que seu pai, o bom do D. Luís, tinha feito e só se dispôs a interferir, mais “musculadamente” na cena política, quando o desastre era já extenso e o bloqueamento do sistema político, não só o aconselhava, mas exigia.
    Ora a actuação dos republicanos maçónicos e carbonários – em que MS se diz rever - e, também de muitos políticos dos partidos que se diziam monárquicos, foi justamente no sentido de contrariar os esforços do Rei e de outros patriotas (nomeadamente militares), em travar o descalabro existente.
    Ao matarem o Rei – que tinha acabado de assinar a ordem de degredo para África, pena a que os cabecilhas da última tentativa revolucionária tinham sido condenados (é bom lembrar que o Partido Republicano era um partido legal e estava representado no Parlamento) – acabaram por subverter e paralisar, a ordem existente.
    Os pavorosos 16 anos da I República só ampliaram, catastroficamente, o desastre!
    Ora são precisamente os “descendentes” políticos do primo-republicanos – com MS à frente - acompanhados por um batalhão de acólitos de ideologias erradas e organismos internacionalistas, que não têm nada a ver com a nação dos portugueses, que se vêm opor, agora, a outros políticos que estão a tentar (apesar de só quase fazerem asneiras) emendar as políticas erradas do anterior, em que todos também colaboraram.
   Estamos, pois, no alvor de um “Surrealismo” de que nem o mestre Dali se lembraria…
   Creio, até, que MS em vez de estar preocupado com a segurança do actual Presidente se deveria preocupar com a sua.
    De facto quem tem responsabilidades como ele, na desgraça da retirada de pé descalço, a que chamam “Descolonização”; quem, sendo Primeiro – Ministro teve que chamar o FMI, para evitar a bancarrota; ajudou a meter o país na CEE, de qualquer maneira e a qualquer preço; ficou a ver a delapidação de grande parte dos fundos daquela organização indefinida, sem mexer um dedo e gozou que nem um nababo oriental, durante 10 anos de presidência, em que tinha o orçamento que queria, o que lhe permitiu dar duas voltas ao mundo em viagens “de estado” (ou de estadão) – e ficamos por aqui – deve estar mais preocupado consigo do que com alheios.
    E até é possível que ande, a avaliar pela protecção policial, que ainda hoje lhe é dispensada e às suas propriedades, coisa que D. Carlos, que era um homem valente, dispensava, pois nem escolta tinha. Mas andava armado (era um excelente atirador) e dispunha-se a enfrentar o perigo…
    Aliás, a mediocridade do seu percurso político - a que há que subtrair a oposição ao golpismo totalitário do PCP, em 1975, (de que foi militante – afinal “só os burros é que não mudam”…) e mesmo aí, tratava-se de luta pelo poder – só tem paralelo na mediocridade desta III República, de que MS ficará como um dos expoentes.
    De facto apesar de ter herdado a “pesada herança” do Regime anterior; ter gozado do fluxo contínuo de fundos comunitários (cerca de dois milhões de contos/dia), sem nada fazer para os merecer, a não ser alienar capacidades, património e soberania (ou seja tudo o que realizou foi com riqueza que não produziu); e não ter qualquer ameaça externa ou interna grave, que pudesse tolher o desenvolvimento, foi obrigada a pedir a ajuda do FMI, por duas vezes e acabou falida, num protectorado vergonhoso, tutelado por um acrónimo repelente, a “Troika”!
     Dr. MS o senhor, como português e como político, é uma desgraça e, mesmo em vida, é já uma mentira histórica.
    Fará o favor de não tornar a falar no Senhor Rei D. Carlos: o senhor não está qualificado para o fazer e Ele não merece ser maltratado.

 João J. Brandão Ferreira
 Oficial Piloto Aviador


[1] Entrevista ao Jornal “I”, de 12/4/13, sobre a situação política actual.