"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

30/03/2014

Haja quem nos acuda!




Câmara Municipal de Lisboa

Desconhecia estes dados mas fico realmente inchado e orgulhoso da nossa Capital.
Quadro de Pessoal. Percebo agora a grandeza desta metrópole, bem demonstrada pelos
 2521 Técnicos Superiores, licenciados ou doutorados que trabalham arduamente para o município, e entre eles: 
- 330 arquitectos
- 101 assistentes sociais
- 73 psicólogos
- 104 sociólogos
- 146 licenciados em... marketing!!!
- 260 engenheiros civis
- 156 historiadores !!!, que se devem desunhar a trabalhar...

- 303 juristas, cujo serviço se supõe que deve ser dar parecer sobre os pareceres que a CML encomenda aos gabinetes de advocacia privados.
Ah! Carago! Grande cidade esta! Grande País que alberga tal Câmara no seu Património.

Calculem a inveja dos Holandeses, Alemães, Dinamarqueses, Suiços, Suecos, etc. por não terem esta "vantagem competitiva". Vais ver que é por inveja disto e de coisas similares que estes e os outros europeus não gostam de nos quererem "alimentar" os vícios.
Será que o Passos Coelho vai começar os despedimentos por aqui?!? Não com certeza pois a ele também não lhe faltam é assessores e técnicos superiores nos seus quadros!!!
 Não havíamos nós de ficar endividados! Uma Pouca-vergonha!
E QUEM PAGA SÃO OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS. MAS TODOS OS PARTIDOS TIVERAM RESPONSABILIDADES DE GESTÃO DA CML. O QUE SE PODE CONCLUIR É QUE TODOS AQUI COLOCARAM OS SEUS BOYS.


29/03/2014

Passos Coelho, o calcinhas português





Em mais uma reação ao "Manifesto dos 70", que tão nervoso deixou o governo, Passos Coelho disse que ele revela "uma concepção infantil, nem sequer é política, da Europa". Infantil porquê? "Estão a falar de uma Europa que não existe, nem existirá e ainda bem, porque ninguém aceitaria uma Europa em que uns poupam para que outros possam gastar". 

Repare-se que Passos não apela a um suposto realismo. Ele diz que ainda bem que a tal Europa não existe. E explica que essa Europa que felizmente não existe é aquela em que uns poupam e outros gastam. A dicotomia não é entre credores e devedores, centro e periferia, economias mais e menos desenvolvidas. Nada disso. Ele remete-nos para distinções éticas. Uns são poupados, outros gastadores. Eles vítimas pacientes, nós abusadores infantilizados.

Podia discutir a infantilidade (devolve-se o epíteto) deste ponto de vista. Mas isso obrigar-me-ia a descer o nível intelectual do debate até à imbecilidade. Não consigo. 

Poderia mostrar, através de quase todos os dados fundamentais, como este preconceito racista (estou a medir as palavras) é contrariado por quase todos os factos. Mas isso só faria sentido se estivesse a discutir com alguém que não conhece a realidade do País. O preconceito perdoa-se ao ignorante. Podia indignar-me com a utilização de estereótipos como arma política. Mas isso só faria sentido se estivesse a debater com um qualquer político estrangeiro e me visse obrigado a defender o bom nome de Portugal. Na realidade, tal como disse Constança Cunha e Sá, apenas um líder de um partido de extrema-direita do norte da Europa teria o desplante de fazer este tipo de simplificação das relações entre Estados membros da União Europeia e lançar este anátema sobre os países periféricos. Acontece que esta frase é do primeiro-ministro de Portugal. É ele, e não Angela Merkel ou mesmo Marine Le Pen, que se encarrega de alimentar o preconceito contra os portugueses.

Indigna-me a insensibilidade social de Passos Coelho, que muitas vezes se evidencia na frieza com que fala do "ajustamento interno" (que, traduzido para a vida prática, corresponde ao engrossar do exército novos pobres vindos da classe média, que deixaram de poder comer peixe e carne ou de aquecer a casa). Mas poucas coisas me deixam mais perplexo do que o seu deslumbramento provinciano. Um sentimento comum em muitos portugueses, que se traduz nos elogios ao que se faz "lá fora" e à autoflagelação por coisas que "só neste País" acontecem. Um complexo de inferioridade que é responsável por muitos dos erros que cometemos no passado recente, a começar pela falta de sentido critico que mantivemos em todo o processo da nossa integração europeia. Mas como Passos Coelho a coisa chega a um ponto que roça o racismo contra nós próprios. Se isso seria incómodo em qualquer cidadão, num primeiro-ministro de um país em crise, deprimido e intervencionado por instituições externas, é assustador. Como pode o governo negociar com outros Estados e instituições externas se o homem que o dirige é o primeiro a produzir o argumentário e a reproduzir os preconceitos que são usados contra o seu próprio povo?

No passado, quando Portugal ainda tinha um Império, usava-se um termo para os mestiços assimilados, que supostamente queriam ser considerados "civilizados". Eram os "calcinhas". Apesar da ter várias leituras, conforme quem a usava, a expressão era geralmente pejorativa e carregada de preconceito. O africano podia fazer o esforço para se vestir como o branco, falar como o branco e até pensar como o branco. Podia também ser mais instruído que o colono vindo das berças. Aos olhos do branco, nunca seria um deles. Um "preto de calcinhas", mas um "preto". É uma coisa que o nosso "calcinhas" um dia perceberá sobre si próprio e o papel que decidiu desempenhar nesta Europa em crise: que se pode esforçar para repetir o que os líderes das Nações que ele considera "civilizadas" pensam sobre esta "piolheira" e a excelente opinião que têm - e ainda bem para eles - sobre os seus próprio Países. Pode até dizer o que apenas o alemão mais preconceituoso pensa de nós. Será sempre apenas e só "the nice guy", como lhe chamou Angela Merkel quando o conheceu. Um "tuga" que gostaria de não o ser e que vive deslumbrado pelo seu próprio "colono".

Daniel Oliveira Quinta, 27 Mar

NOTA: 
Esta "guerra" ao Manifesto é na realidade estranha até porque o Governo está sempre pedindo que lhe sejam apresentadas soluções para se encontrarem pontos de encontro e acordos e afinal sempre que tal acontece entra em rotura como só ele tivesse a verdade!
Afinal a nossa democracia é muito autocrática seja qual for o partido que estiver no poder... Atente-se que este Manifesto abarca uma plêiade de pessoas dos diversos quadrantes políticos e começa a ter a aceitação até de entidades doutros países inclusivé da Alemanha! 
Passos Coelho bem pode rezar que desta forma não nos levará a lado nenhum pois a jogar ao teimoso só nos levará a uma maior desgraça. Os cortes a continuarem acabará por matar "a galinha dos ovos de ouro" e depois ...

FAÇA-SE JUSTIÇA!




Caro Amigo,
O SR TENENTE CORONEL BANAZOL, a propósito de recente intervenção do ministro Maduro, coloca alguns pontos de reflexão. Seria interessante que Poiares Maduro desse aos portugueses explicações claras, sem risco de más interpretações, deforma a percebermos as razões de tais realidades. A franqueza e a verdade de tais esclarecimentos seria um bom tema para a campanha eleitoral em curso. Ficamos à espera de palavras sérias sobre estes temas. 
http://joaobarbeita.blogspot.pt/2014/03/carta-aberta-do-ten-cor-paulo-banazol.html
Deve ser divulgada por todos os seus contactos
Cumprimentos
AJSoares

28/03/2014

A gargalhada do poder






Na edição de 23 de Fevereiro, o PÚBLICO exibia uma foto enternecedora. Comovente. Altas figuras do Estado riam à gargalhada. Não tenho nada contra as gargalhadas dos políticos e do poder. Antes ao contrário. A gargalhada é sinal de alegria, relação bem-disposta e equilibrada com a vida. Se os políticos e governantes soltam gargalhadas, estão bem. Felizes e contentes da vida privada e pública. Se eles estão, também o Povo está.
Haveria uma relação causa/efeito entre a gargalhada política e a gargalhada popular. Mas não é assim. Felizes estavam os políticos e séquito do Coliseu dos Recreios, no congresso do PSD. Só eles têm, politicamente, vontade de rir. Os detentores do poder, grande poder, médio poder, pequeno poder. Os que já o têm e os que o vão ter. Sem cortes nas reformas, com benesses e sempre garantido, a seu tempo, um lugar muito bem pago na Europa que é de todos. Ou deles?

Tanto riram à gargalhada que não tiveram espaço para discutir fosse o que fosse de relevante. Nada disseram ao País que está bem, nem ao Povo que está mal.

Discutiram ressentimentos, choraminguices, bajularam-se uns aos outros, distribuíram lugares, a colher nas eleições e fora delas.

Há o palco mediático para os cargos de eleição. O grande poder. Há os corredores e os bares do Coliseu para lugarzinhos “mal” pagos. Médio e pequeno poder. Recados para aqui e para ali Recuperaram proscritos do dia de ontem.

Ficámos a saber o que sabíamos. Os lugares em Estrasburgo, na Gomes Teixeira, em Belém.

Sem a gargalhada, a distribuição de lugares e o perdão ao aluno da Lusófona, seriam um vazio. Nada. Um deserto.

O som das gargalhadas ofuscou e calou a sagrada Reforma do Estado. Esta são as três centenas de milhares de emigrantes em dois anos. Os 800 mil desempregados. Os dois milhões e tal de portugueses que vivem no limiar da pobreza. Os que ficam sem casa por não terem capacidade financeira para pagar as prestações aos bancos que as vendem, com “sucesso”, à razão de 30 por dia.

Vivemos “acima das nossas possibilidades”. Com salários, reformas e pensões sempre mais rapados. E mais impostos.

O povo português não tem alma, nem ideias, sentimentos, projectos, ambições, direitos e deveres, futuro. Tem de viver em tormento. É uma cobaia enjaulada nos quadradinhos das folhas de Excel.

O Estado não tem nada a ver com isso. Está melhor. E ri. Os bancos também, à gargalhada. Quando têm lucros, são deles. Os prejuízos, nossos. O Estado, que está bem, mete lá uns milhões e ficam todos melhor. Como o Banif, onde o Estado tem 99% do capital mas quem lá manda é o banco. Só que o dinheiro do Estado é nosso que lho confiamos em impostos para gerir a coisa pública. Não para o enterrar nos bancos falidos.

Pagamos, eles mandam e gastam. Riem à gargalhada.

A Caixa Geral de Depósitos tem prejuízos de muitos milhões desde 2011. O Senhor Presidente brinca, ri: “ A caixa dará lucros quando o Benfica for campeão”. A CGD é o banco do Estado, o administrador ri com os prejuízos. Ninguém pede e presta contas. O Governo despede funcionários competentes. Mantém administradores e gestores incompetentes.
O País, que somos nós, sofre o terrorismo da austeridade, suporta uma carga fiscal obscena. Os poderes políticos e financeiros riem de nós. Às gargalhadas!


Procurador Geral-Adjunto
Por Alberto Pinto Nogueira, 09/03/2014