04/12/2011
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS...
Desaparecimento do euro: a contagem regressiva em breve será mais...
Por Nicolas Dupont-Aignan
Há momentos na história em que os eventos de repente se aceleram, aparentemente precipitando um resultado que parecia impensável poucos meses atrás.
Água subterrânea que escoa durante anos sob uma falésia na indiferença geral e de repente todo mundo fica surpreso ao ver a queda do penhasco.
Isto é exactamente o que está acontecendo na área do euro "famoso".
Quando as famílias perderam seu poder de compra, quando os trabalhadores viram suas fábricas serem deslocadas, isso não interessou muitas pessoas. Mas quando de repente os Estados não podem mais tomar empréstimos nos mercados financeiros ou aparecem taxas exorbitantes nos juros, isso coloca os nossos líderes em pânico. Razão pela qual eles deveriam ter pensado nisto mais cedo porque não seria possível a Itália e França terem permanentemente juros de 7% para pagar as suas dívidas.
O fim está próximo para o euro, simplesmente porque o euro é estruturalmente fadado ao fracasso. O impasse actual é completo pela simples razão de que os italianos e os franceses, como os alemães, têm visões inconciliáveis que são, no entanto legítimas na sua própria maneira de ver.
Os Países do sul têm o direito de queixar-se de uma moeda demasiado cara para a sua competitividade e de taxas de juros reais exorbitantes. Eles gostariam tal como a Inglaterra e o Japão evitar o barulho dos mercados financeiros através de refinanciamento do Banco Central Europeu.
Mas os alemães também têm razão para recusar esta facilidade porque em suas mentes, isso faria muito claro que eles estavam a concordar financiar a Itália e a França através do BCE, para as políticas que consideram demasiado laxistas.
Escusado será dizer que se o BCE refinanciar fortemente países na área do euro, a taxa do euro cairia, o que seria muito bom para nós, mas que não corresponde de todo ao que os alemães querem para si. É claro que os alemães tendem a querer o bolo e a manteiga, eles estão felizes em realizar o seu principal superávit comercial em França e Itália.
Se o euro não estivesse lá, o marco seria reavaliado em 30% e o reequilíbrio das balanças comerciais e de crescimento entre os países da UE e da Europa não teria tido lugar.
O momento da verdade chega. A situação é desesperadora porque a Alemanha ainda se está recusando a monitorizar a dívida pelo BCE e os países do sul, como a França, serão forçados a deixar o euro.
Ou o Banco Central, monitoriza e é então provável que a Alemanha acabe por sair do euro, porque é claro que esse dinheiro ao dar um alivio à Itália ou à França, não é suficiente por si só para resolver a causa raiz dos déficits - a falta de competitividade dos países endividados -, enquanto a desvalorização do valor intrínseco da moeda única, é uma perspectiva absolutamente intolerável para os alemães.
Em vez de adiar o prazo sempre inevitável, a única questão válida é saber como organizar um alívio ordenado e coordenado para reconstruir um sistema monetário europeu que permita a cada país desenvolver a sua economia e o seu comércio, proporcionando progresso económico, evitando flutuações erráticas também de moedas umas contra as outras.
É por isso que a moeda comum é a melhor maneira de quebrar o impasse. O euro-marco deverá reavaliar-se. O euro-franco deverá ter um declínio ligeiro para coincidir com o dólar e a libra. O euro-dracma e o euro-pesetas cairiam rapidamente, dando ar para esses países poderem respirar.
É claro que o novo sistema monetário europeu não resolveria tudo. É claro que é urgente tratar a causa dos desequilíbrios globais relacionados a um comércio desleal livre que detenha desnivelamentos ecológicos e sociais devastadores.
Proponho, portanto, um proteccionismo inteligente que iria restaurar a justiça do comércio. Passagem da moeda única a moeda, a implementação de um proteccionismo inteligente, não proibir, mas sim de colocar ordem na nossa própria casa para reformar o nosso país e permitir que ele seja mais competitivo.
Mas uma reforma que, crie ímpeto de crescimento para que as pessoas possam restaurar a esperança de viver melhor. Este é o desafio do grande debate que se abre em 2012.
(Texto traduzido procurando-se manter as ideias expressas no texto original)
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4 comentários:
Luís, boa noite!
Também eu tenho andado arredada dos blogues, há já quase um mês que não publicava nada.
Agradeço a simpática visita que só prova que quando há amizade, as pessoas não se esquecem.
Em relação ao seu post, felicito-o pela forma como está apresentado e abordado este grave problema da economia mundial. O euro tem os dias contados, aliás penso que Portugal nunca devia ter entrado no euro. Já se sabia de antemão, que não tínhamos estrutura económica para o suportar.
Beijinho,
Ana Martins
Espero é que não voltemos ao escudo. O nome "fado" seria mais adequado à nossa moeda... Abraço!
A União Europeia foi sendo construída à revelia dos povos: ficou uma manta de retalhos mal alinhavada pelo euro.
E a Alemanha continua racista e ingrata.
Um abraço, meu querido amigo.
Caro amigo, que posso lhe dizer?
-Sinto muito e espero que esta situação que estão vivenciando hoje, na qual viví quase toda minha vida, melhore rápido!
Por hora estamos um pouco melhor, mas,até quando?
Que Deus ilumine os políticos para que tenham sabedoria e atitudes dignas que resultem em resultados positivos. Que o sacrificio da população traga benefícios para o todo!!!
Beijos
celle
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