Há pessoas que acreditam que basta enunciar uma palavra mágica para mudar a realidade. Pelos vistos é o que António José Seguro acredita porque todos os dias centra a sua actividade política na insistência em que se vote um documento qualquer, vago e inócuo, que tem no seu título as palavrinhas mágicas do “emprego” e do “crescimento”, como se essa mera proclamação de intenções resolvesse magicamente ambos os problemas. O governo, se não fosse autista, já o tinha feito, e depois podia continuar na mesma, porque votar ou não votar aquilo não muda nada. O PS com este procedimento coloca-se numa situação de elo fraco daquilo que é uma complementaridade com o governo. À muito mais concreta indiferença governamental face ao desemprego, e à sua secundarização intencional da recessão, - atitudes duras, pesadas, consistentes, - o PS acena com um leque de palavras e nada mais. É possível actuar de outra maneira face ao desemprego e à recessão económica, é possível ter outro tipo de escala de prioridades, mesmo no actual contexto de austeridade, porque há muita coisa que o governo faz que está para além do cumprimento do acordo com a troika, mas nada disso será barrado por esta coisa mole e inócua que o PS actual lhe põe à frente. Na realidade, o PS permite tudo de pior ao governo, como o fez em matéria laboral, fazendo finca-pé e exigindo em troca apenas abstracções e vacuidades. Não vai longe.
Por J. Pacheco Pereira
2 comentários:
Caro Luís,
Temos que concordar que José Pacheco Pereira tem toda a razão, por os problemas da crise não se resolvem apenas com palavras sonantes mas vazias de significado prático. E Pacheco Pereira dá aqui um perfeito exemplo das palavras supérfluas.
Procure descobrir-se que palavras práticas, que ideias realistas ele nos transmitiu com este escrito. Não passa de crítica demolidora, sem nada de construtivo, sem nada de alternativo à vacuidade de Seguro. Uma vacuidade contra outra vacuidade.
Porque não falar de organização de pequenas empresas que dêem trabalho a uns tantos indivíduos e produzam algo de necessário para substituir as importações ou para exportar. Isso daria emprego e criaria desenvolvimento, crescimento. Será que Pereira concorda com Passos em que não vale a pena preocupar-se com o desemprego porque ele gera oportunidades!!!
Ou será que as oportunidades geradas serão de insegurança e roubo para evitar morrer de fome?
Somos um país de lunáticos palavrosos e inócuos. Coisas de políticos!!! Eles falam, falam, mas não dizem nada.
Abraço
João
Caríssimo Amigo João,
Concordo com o teu comentário. Ele tem razão no que disse mas ele peca também pelo que criticou. Somos um País de "palavrosos" que fogem das acções importantes refugiando-se em belas palavras que por si só a nada conduzem!
Um abraço amigo e solidário.
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