A pedido do Governo liderado por Pedro Passos Coelho,
o Fundo Monetário Internacional (FMI) levou a cabo um relatório onde traça as
principais linhas pelas quais devem passar a tesoura pública por forma a cortar
os 4 mil milhões de euros nas funções sociais do Estado. E as recomendações
dificilmente poderiam ser mais dolorosas para os bolsos nacionais. É o próprio
FMI a reconhecer o radicalismo das medidas que propõe. Conheça o mapa de cortes,
avançado esta quarta-feira pelo Jornal de Negócios.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) desenhou, em
virtude de uma encomenda do Executivo de Pedro Passos Coelho, a refundação do
Estado português. E as recomendações expressas nas 80 páginas do relatório que,
embora datado de Dezembro só hoje foi divulgado pelo Jornal de Negócios, são,
no mínimo, dolorosas. Até porque, considera o FMI, o Estado “é um empecilho ao
crescimento”, além de ser “grande e ineficiente”, “concede privilégios
injustificados”, sendo ainda classificado de “iníquo”, sobretudo para os mais
jovens.
Ora, para quem achava que era impossível apertar mais o cinto, aqui
ficam algumas das “reformas inteligentes” que a entidade liderada por Christine
Lagarde sugere, as quais apontam para um ‘estrangulamento’ das carteiras
portuguesas.
1 - Cortes no subsídio do desemprego, que
“continua demasiado longo e elevado”. O Estado pouparia até 600 milhões de
euros se quem estivesse desempregado há 10 meses visse o subsídio reduzido para
o valor do subsídio social, ou seja, para 419,22 euros;
2 - Dispensa de 50 mil professores, que
permitiria poupar até 710 milhões de euros. Aumento do horário de trabalho para
40 horas semanais, aumento da duração das aulas e recurso à mobilidade
especial, no âmbito do sistema educativo;
3 - Subida nas taxas moderadoras na saúde e
diminuição destes serviços. A taxa paga numa urgência hospitalar polivalente de
20 euros para 33,62 euros, além da criação de um pacote de cuidados essenciais,
reduzindo assim o leque de serviços oferecidos;
4 - Cortes nos sistemas de pensões de militares e
polícias, considerados “demasiado generosos”. Tendo em conta que a classe goza
de “regalias excessivas”, sugere-se a eliminação de créditos-extra previstas, a
integração dos subsistemas no Serviço Nacional de Saúde, embora se reconheça
que os salários estão entre os mais baixos da Europa;
5 - Aumento das propinas no Ensino Superior, para
que seja possível alcançar poupanças significantes e duradouras e reduzir o
subfinanciamento;
6 - Despedimento de excedentários da Função Pública
ao fim de dois anos, uma vez que o quadro de mobilidade especial deveria ser
temporário e os seus procedimentos simplificados;
7 - Mudança “urgente” nas tabelas salariais da Função
Pública e dispensa de trabalhadores, entre os 10% e os 20%, o que permitiria
uma poupança entre 795 e 2.700 milhões de euros;
8 - Cortes nos salários e nas pensões. Eliminação de
todos os regimes de excepção das pensões, que passariam a ter mais escalões em
função dos anos de desconto, podendo sofrer cortes até 20%;
9 - Subida da idade da reforma para os 66 anos e
proibição expressa de reformas antes dos 65 anos, mesmo para quem cesse o
subsídio de desemprego;
10 - Delegação de competências de ensino aos
privados, apostando em contratos de associação, alegando que a concorrência de
mercado seria benéfica para as escolas públicas.
2 comentários:
VERGONHOSO!!!!!
É um descaramento sem nome um Relatório destes, depois do Passos injectar milhões no Banif!!!
Tudo de bom
Querida Amiga São,
Nada é de estranhar pois com a "globalização" todos cumprem o que é indicado pelo "clube Bidelberg"! É um tipo de escravatura financeira...
Um beijinho muito amigo.
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