14/07/2011
CONSPIRAÇÃO?
Cada vez mais vozes denunciam a verdadeira razão da crise da dívida europeia. Afinal não se trata de despesismo de gregos, irlandeses e portugueses. Os enormes défices orçamentais são apenas detalhes e o endividamento insustentável, consequência de décadas de erros e abusos, não tem nada a ver com a questão.
Tudo não passa de meros pretextos para ocultar a suprema conspiração. É preciso ser cego, dizem, para não ver que isto é um ataque descarado, primeiro ao euro e depois à União Europeia. Os instrumentos são os bancos e as agências de rating, em nome dos famigerados mercados, que tudo devoram e nada respeitam.
Confesso que a minha limitada inteligência não consegue acompanhar elucubrações tão elevadas e complexas. Por isso fico silencioso perante os majestosos raciocínios. Permito-me apenas uma perguntinha: quem ganharia com a derrocada do euro e da UE?
Uma coisa dessas criaria um terramoto financeiro muito mais grave que a falência do Lehman Brothers. Os bancos teriam perdas enormes e os mercados volatilidade explosiva. Além do campo financeiro, a queda afectaria a produção de toda a economia europeia, provocando uma brutal recessão que, dado o nível de integração mundial, se espalharia pelo planeta. Só um arqui-terrorista ou um super-vilão de cinema, interessado na miséria global, poderia querer provocar uma coisa dessas.
Sem ofender tão eminentes analistas, parece-me que a outra explicação, a da dívida irresponsável e dos credores com medo compreensível de perder os seus empréstimos, é bastante mais plausível.
No Destak, João César das Neves
Nota:
Na realidade há uma luta Dólar/Euro que, aliado à divida irresponsável dos governos em causa e ao medo de perder os empréstimos por parte de alguns credores, tem permitido à China tomar conta das dividas dos EUA e dos Países da EU. Ao faze-lo esta começa a ter um poder financeiro que lhe poderá permitir dominar esses Países. Para mim esse é o jogo que existe nos bastidores deste negócio. Lembro que há quem pense que o futuro do Poder vai transferir-se para o Oriente (China e Índia) e já se movimente nesse sentido!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Caro Luís,
Vale a pena pensar no que está a passar-se no mundo à volta do Poder real internacional:
Deslocação geográfica do Poder mundial
No post Crise, história e mudança ficou resumidamente a ideia de como ao longo da história a sede do Poder mundial se deslocou através do planeta e previa-se que os denominados países emergentes irão ter um papel de realce no futuro próximo.
Aparece agora a notícia de que a China «aconselha» aos Estados Unidos terem responsabilidade para com os seus investidores. Isto passa-se depois de a agência Moody’s ameaçar baixar a classificação da dívida norte-americana.
Por detrás de tal «conselho» ou aviso está o facto de a China ser o maior credor dos Estados Unidos, com mil milhões em títulos no final do mês passado, o que a faz temer dificuldades se a economia norte-americana entrar em recessão e destabilizar os mercados financeiros mundiais.
Sobre as perspectivas de desenvolvimento da China e a sua possibilidade se tornar potência mais poderosa do mundo, sugere-se a leitura dos seguintes textos:
- Os europeus correm contra o muro
- A China entra na Europa pacificamente
- A China e o futuro da geoestratégia
- A China em fase de evolução rápida
- Transformações no Mundo
- As mães chinesas educam melhor?
Um abraço
João
São muitas emoções e...desilusões para tão curto espaço de tempo e...antes que os meus neurónios deem o "berro" vou ficar sentadinha a ver no que tudo isto irá dar!!
Beijo
Graça
Enviar um comentário