"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

14/07/2011

CONSPIRAÇÃO?


Cada vez mais vozes denunciam a verdadeira razão da crise da dívida europeia. Afinal não se trata de despesismo de gregos, irlandeses e portugueses. Os enormes défices orçamentais são apenas detalhes e o endividamento insustentável, consequência de décadas de erros e abusos, não tem nada a ver com a questão.

Tudo não passa de meros pretextos para ocultar a suprema conspiração. É preciso ser cego, dizem, para não ver que isto é um ataque descarado, primeiro ao euro e depois à União Europeia. Os instrumentos são os bancos e as agências de rating, em nome dos famigerados mercados, que tudo devoram e nada respeitam.


Confesso que a minha limitada inteligência não consegue acompanhar elucubrações tão elevadas e complexas. Por isso fico silencioso perante os majestosos raciocínios. Permito-me apenas uma perguntinha: quem ganharia com a derrocada do euro e da UE?


Uma coisa dessas criaria um terramoto financeiro muito mais grave que a falência do Lehman Brothers. Os bancos teriam perdas enormes e os mercados volatilidade explosiva. Além do campo financeiro, a queda afectaria a produção de toda a economia europeia, provocando uma brutal recessão que, dado o nível de integração mundial, se espalharia pelo planeta. Só um arqui-terrorista ou um super-vilão de cinema, interessado na miséria global, poderia querer provocar uma coisa dessas.


Sem ofender tão eminentes analistas, parece-me que a outra explicação, a da dívida irresponsável e dos credores com medo compreensível de perder os seus empréstimos, é bastante mais plausível.


No Destak, João César das Neves

Nota:

Na realidade há uma luta Dólar/Euro que, aliado à divida irresponsável dos governos em causa e ao medo de perder os empréstimos por parte de alguns credores, tem permitido à China tomar conta das dividas dos EUA e dos Países da EU. Ao faze-lo esta começa a ter um poder financeiro que lhe poderá permitir dominar esses Países. Para mim esse é o jogo que existe nos bastidores deste negócio. Lembro que há quem pense que o futuro do Poder vai transferir-se para o Oriente (China e Índia) e já se movimente nesse sentido!

2 comentários:

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Vale a pena pensar no que está a passar-se no mundo à volta do Poder real internacional:

Deslocação geográfica do Poder mundial
No post Crise, história e mudança ficou resumidamente a ideia de como ao longo da história a sede do Poder mundial se deslocou através do planeta e previa-se que os denominados países emergentes irão ter um papel de realce no futuro próximo.

Aparece agora a notícia de que a China «aconselha» aos Estados Unidos terem responsabilidade para com os seus investidores. Isto passa-se depois de a agência Moody’s ameaçar baixar a classificação da dívida norte-americana.

Por detrás de tal «conselho» ou aviso está o facto de a China ser o maior credor dos Estados Unidos, com mil milhões em títulos no final do mês passado, o que a faz temer dificuldades se a economia norte-americana entrar em recessão e destabilizar os mercados financeiros mundiais.

Sobre as perspectivas de desenvolvimento da China e a sua possibilidade se tornar potência mais poderosa do mundo, sugere-se a leitura dos seguintes textos:

- Os europeus correm contra o muro
- A China entra na Europa pacificamente
- A China e o futuro da geoestratégia
- A China em fase de evolução rápida
- Transformações no Mundo
- As mães chinesas educam melhor?

Um abraço
João

Graça Pereira disse...

São muitas emoções e...desilusões para tão curto espaço de tempo e...antes que os meus neurónios deem o "berro" vou ficar sentadinha a ver no que tudo isto irá dar!!
Beijo
Graça