"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

07/03/2014

Paul de Grawe, professor da London School of Economics, em entrevista à Lusa.






«Portugal tem tanta austeridade que a dívida se tornou insustentável, algo tem de ser feito. Não acho que consiga sair do problema sem uma reestruturação da dívida.» / «O Presidente da República está a fechar os olhos à realidade...» / «Os portugueses estão a punir-se a si mesmos.» / «É difícil entender como pode o Governo magoar a população e sentir-se orgulhoso disso.» / «O governo português fez o grande erro de tentar ser o melhor da turma no concurso de beleza da austeridade. Não havia razão para Portugal fazer isso, podia não ser o melhor da turma, podia ser mesmo o pior e isso seria melhor para economia.» / «Portugal e outros países do Sul da Europa deviam unir-se e dizer que a maneira como os tratam não é aceitável. Quando Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha levam a cabo medidas de austeridade, os outros países do Norte da Europa deviam fazer o inverso e estimular a economia. Vocês têm influência na Comissão Europeia, mas não a usam.» / Foi criado o novo mito de que temos de fazer reformas estruturais. O problema hoje não está do lado da oferta da economia e as reformas estruturais lidam com isso. [...] Portugal fez reformas estruturais, flexibilizou, reformou o mercado de trabalho e não resultou. Porque o problema está do lado da procura.» / «Portugal foi posto numa austeridade tão intensa que se tornou contra produtiva para a economia.» / «Um novo programa de austeridade vai empurrar Portugal para a insolvência.» / «Dizem aos portugueses que têm de fazer mais sacrifícios. Para quê? Para pagar a dívida aos países ricos do Norte da Europa. Isto será explosivo, os portugueses não vão aceitar isso indefinidamente

Paul de Grawe, fez estas declarações tendo presente que a dívida pública portuguesa era de 106% do PIB em Junho de 2011, sendo de 131% em Junho de 2013.

Lembrar que o belga Paul de Grawe, professor emérito da Universidade Católica de Leuven, não é um homem de esquerda. Militante do Open Vlaamse Liberalen en Democraten, partido liberal-conservador, foi senador (1991-2003) e trabalhou vários anos no FMI.


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