Veio o
arvorado “pai democrata” afiançar em título de 1ª página: “Por muito menos do
que isto mataram o Rei D. Carlos”.[1]
Vejamos
se entendi bem: o Dr. Mário Soares (MS) pretende comparar a situação existente,
àquela vivida pelo nosso Augusto Rei e comparar a sua acção à dos governantes
actuais – nomeadamente o PR, Prof. Cavaco Silva – na solução da “crise” em
ambas as épocas, e “alertar” o actual inquilino de Belém para que lhe pode
acontecer o mesmo – presumo que metaforicamente…
O Dr. MS
não se enxerga mesmo.
Quando o
ilustre monarca foi vilmente assassinado, com seu filho primogénito, em
1/2/1908, tinham passado 88 anos da Revolução Liberal, de 1820, que virou o
país de pantanas, até 1851 e depois nunca lhe conseguiu dar coerência e
estabilidade, acabando em desastres políticos, sociais e financeiros
sucessivos, que resultaram numa fuga para a frente, que culminou na implantação
da República, em 5/10/1910 – de que o atentado do Terreiro do Paço foi a
antecâmara – como se os problemas do país derivassem da existência da Família
Real.
Imbecilidade semelhante, já tinha sido aduzida em 1820, ao tentar-se
sentar no Trono, em vez de um Homem, um papel: a Constituição!
O Senhor
Rei D. Carlos foi um monarca notável, patriota – por definição só podia – homem
de carácter, probo, culto, com visão política, excelente diplomata, cientista e
artista de rara sensibilidade. E deu exemplo de contenção e solidariedade em
tempos de dificuldades generalizadas…
Aturou –
é o termo - a maldita da política partidária – os partidos políticos, em geral,
sempre constituíram uma pústula cancerosa na Nação – com menos paciência, é
certo, com que seu pai, o bom do D. Luís, tinha feito e só se dispôs a
interferir, mais “musculadamente” na cena política, quando o desastre era já
extenso e o bloqueamento do sistema político, não só o aconselhava, mas exigia.
Ora a
actuação dos republicanos maçónicos e carbonários – em que MS se diz rever - e,
também de muitos políticos dos partidos que se diziam monárquicos, foi
justamente no sentido de contrariar os esforços do Rei e de outros patriotas
(nomeadamente militares), em travar o descalabro existente.
Ao
matarem o Rei – que tinha acabado de assinar a ordem de degredo para África,
pena a que os cabecilhas da última tentativa revolucionária tinham sido
condenados (é bom lembrar que o Partido Republicano era um partido legal e
estava representado no Parlamento) – acabaram por subverter e paralisar, a
ordem existente.
Os
pavorosos 16 anos da I República só ampliaram, catastroficamente, o desastre!
Ora são
precisamente os “descendentes” políticos do primo-republicanos – com MS à frente
- acompanhados por um batalhão de acólitos de ideologias erradas e organismos
internacionalistas, que não têm nada a ver com a nação dos portugueses, que se
vêm opor, agora, a outros políticos que estão a tentar (apesar de só quase
fazerem asneiras) emendar as políticas erradas do anterior, em que todos também
colaboraram.
Estamos,
pois, no alvor de um “Surrealismo” de que nem o mestre Dali se lembraria…
Creio,
até, que MS em vez de estar preocupado com a segurança do actual Presidente se
deveria preocupar com a sua.
De facto
quem tem responsabilidades como ele, na desgraça da retirada de pé descalço, a
que chamam “Descolonização”; quem, sendo Primeiro – Ministro teve que chamar o
FMI, para evitar a bancarrota; ajudou a meter o país na CEE, de qualquer
maneira e a qualquer preço; ficou a ver a delapidação de grande parte dos
fundos daquela organização indefinida, sem mexer um dedo e gozou que nem um
nababo oriental, durante 10 anos de presidência, em que tinha o orçamento que
queria, o que lhe permitiu dar duas voltas ao mundo em viagens “de estado” (ou
de estadão) – e ficamos por aqui – deve estar mais preocupado consigo do que
com alheios.
E até é
possível que ande, a avaliar pela protecção policial, que ainda hoje lhe é
dispensada e às suas propriedades, coisa que D. Carlos, que era um homem
valente, dispensava, pois nem escolta tinha. Mas andava armado (era um
excelente atirador) e dispunha-se a enfrentar o perigo…
Aliás, a
mediocridade do seu percurso político - a que há que subtrair a oposição ao
golpismo totalitário do PCP, em 1975, (de que foi militante – afinal “só os
burros é que não mudam”…) e mesmo aí, tratava-se de luta pelo poder – só tem
paralelo na mediocridade desta III República, de que MS ficará como um dos
expoentes.
De facto apesar de ter herdado a “pesada
herança” do Regime anterior; ter gozado do fluxo contínuo de fundos
comunitários (cerca de dois milhões de contos/dia), sem nada fazer para os
merecer, a não ser alienar capacidades, património e soberania (ou seja tudo o
que realizou foi com riqueza que não produziu); e não ter qualquer ameaça
externa ou interna grave, que pudesse tolher o desenvolvimento, foi obrigada a
pedir a ajuda do FMI, por duas vezes e acabou falida, num protectorado
vergonhoso, tutelado por um acrónimo repelente, a “Troika”!
Dr. MS
o senhor, como português e como político, é uma desgraça e, mesmo em vida, é já
uma mentira histórica.
Fará o
favor de não tornar a falar no Senhor Rei D. Carlos: o senhor não está
qualificado para o fazer e Ele não merece ser maltratado.
João J.
Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador
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