Rui Rio discursava ontem durante a sessão solene das
comemorações do 25 de Abril, cerimónia na qual foram entregues as medalhas da
cidade, considerando que "se não houver a capacidade de os verdadeiros
democratas se entenderem, no sentido de consensualizarem reformas necessárias à
credibilização e capacitação da política, o que no futuro nos espera não poderá
ser nada de bom nem de positivo".
"São erros políticos, passados e presentes, que
nos conduziram a esta degradante situação. Se, no passado, os erros nos
levaram, à acumulação de permanente e avultados défices externos e a um nível
de endividamento e de falta de transparência nas contas públicas que hoje nos
atirou para este empobrecimento colectivo, no presente, também não deixa de
haver erros que tornam ainda mais difícil o que, manifestamente, nada tem de
fácil", criticou.
Na opinião de Rui Rio, "a escassez de bom senso,
racionalidade e competência técnica na gestão do quotidiano" pode "matar
o País de uma forma tão cruel quanto as penalizadoras medidas decorrentes do
nosso insustentável sobre-endividamento".
"Exige-se, por isso, a todos os que se ofereceram
para desempenhar funções de responsabilidade política, que assumam com coragem
e patriotismo a necessidade de serem capazes de colocar sempre o interesse
nacional em primeiro lugar, rejeitando as mesquinhez do interesse partidário, a
promessa eleitoral mentirosa e irrealista, e a contradição intelectualmente
desonesta que arruína a confiança de quem não sendo estúpido facilmente a
detecta", sublinhou.
Para o social-democrata, este é "um momento
decisivo da nossa história: ou rompemos com o que está a estrangular ou
empenhamos, por muitos e maus anos, o futuro do nosso País".
Para Rio, as "reformas necessárias não são as que
obedecem à lógica simplista, aos ditames do político e mediaticamente correto,
nem aos interesses conjunturais deste ou daquele partido".
O presidente da Câmara do Porto reiterou as duras
críticas que tem vindo a fazer ao Governo devido à situação actual da Sociedade
de Reabilitação Urbana do Porto, recordando que na assembleia geral da Porto Vivo,
da passada semana, o accionista Estado
"explicou que a sua estratégia passa por deixar falir a sociedade".
"É difícil conseguir imaginar pior. (...) com a
angústia a tomar conta dos portugueses, o Governo aposta na falência da SRU do
Porto e na consequente paralisação da reabilitação urbana", condena.
Rio criticou ainda o facto de a segunda câmara do País
chegar "ao fim do mês de Abril sem ter podido iniciar o seu programa anual
de investimentos".
"Em face da gravidade do que está a acontecer,
ninguém pode deixar de se incomodar e de não lutar pela nossa cidade, cuco
interesse tem que estar acima de qualquer opção política ou ideológica",
considerou, garantindo que tudo fará para defender o interesse do Porto, não só
enquanto presidente da câmara como depois "como seu normal cidadão".
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