"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

17/04/2011

Carta da Marisa Moura à administração da Carris


Dirigida aos nossos gestores públicos, cúmplices no saque encapotado, e que levaram o pais a este descalabro! 


Exmos. Senhores: José Manuel Silva Rodrigues, Fernando Jorge Moreira da Silva, Maria Isabel Antunes, Joaquim José Zeferino e Maria Adelina Rocha, 

Chamo-me Marisa Sofia Duarte Moura e sou a contribuinte nº 215860101 da República Portuguesa. Venho por este meio colocar-vos, a cada um de vós, algumas perguntas: 

Sabia que o aumento do seu vencimento e dos seus colegas, num total extra de 32 mil euros, fixado pela comissão de vencimentos numa altura em que a empresa apresenta prejuízos de 42,3 milhões e um buraco de 776,6 milhões de euros, representa um crime previsto na lei sob a figura de gestão danosa?

Terá o senhor(a) a mínima noção de que há mais de 600 mil pessoas desempregadas em Portugal neste momento por causa de gente como o senhor(a) que, sem qualquer moral, se pavoneia num dos automóveis de luxo que neste momento custam 4.500 euros por mês a todos os contribuintes? 

A dívida do país está acima dos 150 mil milhões de euros, o que significa que eu estou endividada em 15 mil euros. Paguei em impostos no ano passado 10 mil euros. Não chega nem para a minha parte da dívida colectiva. E com pessoas como o senhor(a) a esbanjar desta forma o meu dinheiro, os impostos dos contribuintes não vão chegar nunca para pagar o que realmente devem pagar: o bem-estar colectivo. 

A sua cara está publicada no site da empresa. Todos os portugueses sabem, portanto, quem é. Hoje, quando parar num semáforo vermelho, conseguirá enfrentar o olhar do condutor ao lado estando o senhor(a) ao volante de uma viatura paga com dinheiro que a sua empresa não tem e que é paga às custas da fome de milhares de pessoas, velhos, adultos, jovens e crianças? 

Para o senhor auferir do seu vencimento, agora aumentado ilegalmente, e demais regalias, há 900 mil pessoas a trabalhar (inclusive em empresas estatais como a “sua”) sem sequer terem direito a Baixa se ficarem doentes, porque trabalham a recibos verdes. Alguma vez pensou nisso? 

Acha genuinamente que o trabalho que desempenha tem de ser tamanhamente bem remunerado ao ponto de se sobrepor às mais elementares necessidades de outros seres humanos? 

Despeço-me sem grande consideração, mas com alguma pena da sua pessoa e com esperança que consiga reactivar alguns genes da espécie humana que terá com certeza perdido algures no decorrer da sua vida. 

4 comentários:

JORDAS disse...

Eles querem lá saber?!
Vamos a eleições e teremos os mesmos a dirigir o país!
A Constituição devia impedir que os deputados o podessem ser por mais de dois mandatos.
Todos os actuais e anteriores são culpados pelo estado do PAÍS. Uns porque governaram danosa a República, os outros porque não exerceram o seu papel fiscalizador.
Queira Deus que a entrada do FMI não seja o FIM da minha amada pátria.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Obrigado por trazeres aqui este caso. todos os «sugadores do erário» devem ser desmascarados. O FMI deve ser alertado pelos parceiros sociais para poder ficar a conhecer as realidades deste País.
Nenhum partido alterará isto porque todos assumem que são «agências » de emprego para os seus «boys» e «girls» e não querem privar-se destas chafaricas.

Sugiro a abrir este link «Estado socratino».

Abraço
João
Do Miradouro

Luis disse...

Caros Amigos,
Estes alertas servem para acordar o Povo e chamar à atenção do FMI para os (des)governantes que temos. Pior não é possível fazer e daí a minha convicção que o FMI apesar do estigma que lhe colocaram será bem melhor... Mas é pena que sejam estrageiros a virem endireitar o barco!
Um abraço amigo e solidário.

Luis disse...

Transcrevo um comentário do CM:
"Umas dezenas de personagens desta triste Pátria falida andam por aí a pedir um compromisso nacional. Trocando por miúdos, querem um acordo a prazo entre os principais partidos políticos para limpar a casa. Uma conversa fiada que apenas serve para aliviar as consciências democráticas de muitas almas com gravíssimas responsabilidades na porcaria a que isto chegou. Todos sabem que só nos 48 anos da ditadura de Salazar as contas andaram certinhas e o País até se podia gabar de ter umas invejáveis reservas de ouro. Dito de outra forma, é impossível manter a ordem com os indígenas à solta, os políticos a comerem à tripa forra da gamela do Estado e os empresários a viverem à pala dos dinheiros públicos. Os apelos manhosos ao consenso não servem para nada. Hoje como ontem, isto só lá vai a mal e à força.
A. Ribeiro Ferreira"