Foi Cavaco Silva, e não Merkel, que enquanto primeiro-ministro permitiu o desbaratar de fundos
europeus em obras faraónicas e inúteis, desde
piscinas e pavilhões desportivos sem utentes, ao desnecessário Centro Cultural de Belém.
Foi o seu ministro Ferreira do Amaral que hipotecou o estado no negócio da Ponte Vasco da Gama.
Foi o seu ministro Ferreira do Amaral que hipotecou o estado no negócio da Ponte Vasco da Gama.
Foi António Guterres, e não Merkel, que decidiu esbanjar centenas de
milhões de euros na construção de dez estádios de futebol. Foi também
no seu tempo que se construiu o Parque das Nações,
o negócio imobiliário mais
ruinoso para o estado em toda a história de Portugal.
Foi mais tarde, já com Durão Barroso e o seu ministro da defesa
Paulo Portas, que ocorreu o caso de corrupção na compra de submarinos a uma empresa alemã. E enquanto no país de Merkel os corruptores estão presos, por cá nada acontece.
Mas o descalabro
maior ainda estava para chegar.
Os mandatos de José Sócrates
ficarão para a história
como aqueles em que os socialistas entregaram
os principais negócios de estado ao grande capital. Concederam-se privilégios sem fim à EDP e aos seus parceiros das energias renováveis; celebraram-se os mais ruinosos contratos de parceria
público-privada,
com todos os lucros
garantidos aos concessionários, correndo
o estado todos os riscos. O seu
ministro Teixeira
dos Santos nacionalizou
e assumiu todos os prejuízos do BPN.
Finalmente, chegou Passos Coelho, que prometeu não aumentar impostos nem tocar nos
subsídios, mas quando assumiu o poder, fez exactamente o contrário. Também não é Merkel a culpada dessa incoerência, nem tão
pouco é responsável pelos disparates de Vítor Gaspar, que não pára de subir taxas de imposto. A colecta diminui,
a dívida pública cresce, a economia soçobra.
A raiva face aos
dirigentes políticos deve ser dirigida a outros que não à chanceler alemã. Aliás, os que fazem de Angela Merkel o bode expiatório dos nossos problemas estão implicitamente a amnistiar os
verdadeiros culpados.
Paulo Morais, Professor universitário, In Correia da Manhã, 13/11/2012
NOTA:
A fúria que muitos sentem
relativamente à chanceler alemã Angela Merkel é compreensível.
Mas não foi Angela Merkel a responsável pelo estado a que chegámos, pela crise em que nos mergulharam, pelo enorme endividamento das famílias ou pelos esquemas de corrupção que exauriram as contas públicas.
Mas não foi Angela Merkel a responsável pelo estado a que chegámos, pela crise em que nos mergulharam, pelo enorme endividamento das famílias ou pelos esquemas de corrupção que exauriram as contas públicas.
3 comentários:
Na minha ingenuidade política sempre acreditei que a Merkel é que manda em toda a Europa. O maior Banco está sediado na Alemanha.
As grandes directrizes para toda a Europa tem a sua assinatura.
A Troika são enviados especiais para oprimir e extinguir os países com dividas.
Cavaco, Guterres, Durão, Portas e outros deviam ser julgados pelos respectivos erros.
Como não há justiça eles continuam a viver bem enquanto os portugueses são espoliados das suas pensões...
SEm isentar os nossos governantes de erros, pois o desastre começou com Cavaco, que pagou para arrancar oliveiras e destruir frotas pesqueiras, não considero Merkel um bode expiatóropa.
Aconselho a quem o faz , ler "Estratégia Merkel" da alemã Gertrud Hohler.
Á Alemanha foi perdoada uma significativa parte da dívida da Segunda Guerra e pagou o resto em condições muito favoráveis, além dp Plano Marshall...e agora aperta o garrote . asfixiando e destruindo as economias dos países em dificuldades . Até da Grécia, a quem deveria ter tido pago milhões!
Meu caro amigo, um abraço grande
Meus bons Amigos,
Merkel tem as suas culpas, mas os nossos (des)governantes são bem mais culpados e puseram-nos a jeito... São eles que deveriam ser julgados pelos seus desmandos!
Saudações Amigas
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