Eu
até acho que o Jornal de Angola dá uma lição aos portugueses, demonstrando quão apreciado foi o servilismo do Ministro
Machete por aquelas bandas.
E
acrescenta mais:
"Portugal
está no centro de uma grave crise social e económica sem fim à vista.
O
Estado Social que nasceu com a Revolução de Abril tem sido friamente destruído
pelas elites reinantes.
Os
fundos de coesão da CEE foram desbaratados por cleptocratas insaciáveis que à
sombra de partidos democráticos se comportaram como vulgares ladrões sem sequer
se disfarçarem com colarinhos brancos. (…)
Face
ao esvaziamento dos cofres públicos, até as pensões e reformas dos idosos são
confiscadas.
Milhares
de jovens quadros são obrigados a procurar em países estrangeiros o pão nosso
de cada dia (…).
As
elites portuguesas famintas de dinheiro entraram em desvario.
À
medida que a crise aperta, eles disparam em todas as direcções, atingindo por
vezes membros do bando.
À
medida que a “troika” drena milhares de milhões de euros para os bolsos dos
credores, as elites reinantes ficam sem cheta e tornam-se mais
agressivas".
Para
mal dos nossos pecados, esta é presentemente a imagem de Portugal no mundo: um
país onde até os dias marcantes da sua história deixaram de ser comemorados, já
que o único objectivo nacional é deixar contentes os nossos credores.
Depois
de o Ministro dos Negócios Estrangeiros ter "pedido diplomaticamente
desculpa" a um Estado estrangeiro pela actuação do Ministério Público
português, num país em que a separação de poderes é princípio constitucional, o
Governo bem podia fechar para obras. Ponham cá uma comissão liquidatária da troika
que faz perfeitamente o trabalho de destruir o nosso Estado. E pelo menos
poupava-nos a vergonha.
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