"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

15/09/2009

E eu não digo? São todos iguais... Há que fazer Limpeza!!!



E os comentadores e analistas políticos!

A atitude dos comentadores políticos, comentadores políticos encartados, profissionais de serviço e ao serviço, sempre os mesmos e que circulam e saltitam dos jornais para as televisões, depois para as rádios, debitando pareceres ao serviço da manipulação, pede reservas.
São comentadores que avaliam debates, classificam políticos, muito independentes, subtis na orientação dos votos dos eleitores.

São Magnos e Delegados, Sousas e Tavares, são comentadores que reduzem e bipolarizam a campanha. Comentadores que reforçam a mentira como se no terreno só dois partidos estivessem, passando a ideia que só contam os presidentes dos dois maiores, desvalorizando o peso eleitoral dos mais pequenos, sabendo que os pequenos podem ser determinantes na correlação de forças que na Assembleia vai determinar políticas futuras.

São comentadores muito atentos às sondagens que se vendem e se compram em épocas eleitorais para influenciar e orientar votos, sondagens desacreditadas, como se viu nas últimas eleições para o Parlamento Europeu.
São comentadores que fazem apelo à discussão de assuntos, mas na mira de serem eles os únicos com palavra nas discussões, afunilando os assuntos ao seu gosto e tendências.

São comentadores atentos na denúncia das corporações que resistem às políticas dos governos, de professores, magistrados, enfermeiros, sindicalistas e outros. Comentadores que não conhecem, não vêem as corporações onde estão metidos, pois o mundo da informação é uma coitada de uns poucos que impedem colegas de fazer carreira, onde há trabalho vendido à peça, jornalistas submetidos aos interesses e tendências das redacções.

São comentadores que exigem discussão dos assuntos políticos, discussão feita por eles mesmos em roda fechada, citando-se e revendo-se nos seus comentários, e que quando políticos discutem entre políticos logo aparecem a comentar quem ganha e quem perde, como se de um jogo de boxe se tratasse, e assim reduzem a discussão ao tom de voz, ao olhar de soslaio, ao fato que se veste, a coisas de reduzido ou nulo interesse, intencionalmente esquecendo os conteúdos das afirmações, a convicção do discurso, a clareza das palavras, a coerência das intervenções.

Comentadores que se prendem com as banalidades, desvalorizando o substancial.
Neste momento da vida nacional e neste momento da vida mundial considero de estrema importância trazer à discussão os valores que regem as sociedades.

O excesso de liberalismo económico, de economia de mercado, o endeusamento do mercado, da competitividade, da flexibilidade no trabalho arrastou o mundo para as situações de crise que vivemos.
A crise veio da ganância sem medida, do lucro acumulado num pequeno punhado de senhores insaciáveis de dinheiro.

Não faltam produtos no mercado. O que falta é dinheiro nos bolsos dos compradores. A riqueza está mal distribuída, mas os governos, mesmo os eleitos por votos e se dizem democráticos, refugiam-se em tiques de prepotência, de arrogância, esquecendo os seus eleitores que foram no engodo das promessas.

Não faltam produtos nos mercados, mas os governos, na tentativa de sanar a crise, continuam a dar apoios aos grandes, esquecendo que a origem da crise está no poder de compra das famílias. O poder de compra é destruído pelas fábricas que fecham, pela contenção salarial, pelo trabalho precário e à peça.

Dizem-nos que a indústria automóvel está em crise, mas não é na produção. Os carros produzidos deixaram de ter comprador.

Assunto que devia merecer mais atenção nas campanhas eleitorais é o do liberalismo económico, para onde nos leva este liberalismo sem regras. Esta globalização dos mercados sem globalização de direitos.

O ritmo de trabalho e direitos ao nível da China, a colonização mundial dos direitos vinda da China, feita sem exércitos invasores, geraram a crise.

É preciso avaliar a competência dos comentadores de serviço.

Manuel Miranda - Coimbra


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