Fica assim a dúvida se há votos que não são úteis. Certamente, é essa dúvida que leva à maioria dos eleitores à abstenção: se o voto não é útil, para quê sair do doce aconchego do lar, da família e do ecrã da TV? Confesso que sempre pensei que os votos são todos iguais, sem nome, sem identificação e sem adjectivos, enfim, democráticos.
E quem é que vai na cantiga do voto útil? Os indecisos, os ignorantes, que não conseguem pensar e decidir pela sua cabeça, os indiferentes, os enganados que ficam convencidos de vir a colher benefícios com essa utilidade.
Mas estou convicto de que todo o voto é útil e cada um deve dá-lo, qual procuração com plenos poderes, à lista que lhe merecer total confiança para gerir os interesses colectivos dos portugueses, de Portugal.
Não se passa procuração a pessoa que não nos mereça plena confiança. Esse deve ser o critério da orientação do voto e não o da utilidade para quem o pede, como esmola, para depois colher benefícios à custa do povo, cada vez mais desprezado (excepto durante as arruadas da campanha). Não consta haver ex-políticos sem-abrigo a comer a «sopa do Sidónio». Convém ver a posição de ex-políticos na lista dos mais ricos de Portugal.
Publicado pelo meu amigo João Soares no MIRADOURO
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