"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

12/10/2009

“Como somos portugueses, salve-se quem puder!”

Não tenho fotos, nem vídeos mas gostava de partilhar mais uma situação, no mínimo, caricata sobre o funcionamento do País em que vivemos.

Numa altura em que o desemprego atinge recordes históricos entre pessoas com e sem qualificações, em que o nosso governo “promove”, ou diz promover, incentivos à criação do próprio emprego, acontece o inédito.

O meu marido, desempregado de longa duração (leia-se superior a 3 anos), licenciado, decide criar o seu próprio emprego. Um negócio pequeno, que cria apenas 2 postos de trabalho, mas que não deixa de ser um negócio.

Qual não é o seu espanto, quando, na qualidade de desempregado de longa duração, se dirige à Segurança Social para entregar um requerimento para isenção de pagamento de taxa social única durante 3 anos (ao abrigo do disposto nas MEDIDAS EXCEPCIONAIS DE APOIO AO EMPREGO E À CONTRATAÇÃO PARA O ANO DE 2009 - Portaria n.º 130/2009, de 30 de Janeiro e Declaração de Rectificação n.º 13/2009, de 10 de Fevereiro), e é informado que na qualidade de sócio-gerente não tem direito a nada.

Esta situação é, no mínimo, hilariante. Se fossemos chineses teríamos 5 anos de isenção de IRC, se fossemos ciganos teríamos não sei quantos subsídios, se fossemos dos países de Leste teríamos mais não sei quantas benesses, mas como infelizmente somos portugueses, salve-se quem puder!

Não tenho mais comentários sobre este assunto, e não sei se hei-de rir ou chorar…

Anabela Cartaxo, publicado no Jornal de Notícias

2 comentários:

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querido amigo Luís,

Sem comentários...mesmo.
Vou-lhe contar o que sei... pois bem, não é só com as citadas camadas de imigrantes, mas também com todos os estrangeiros que estão no nosso país.

Eu vivi alguns anos com cidadãos do Reino Unido residentes em Portugal, e tenho ainda muitos amigos Britânicos.
Acompanhei-os muitas vezes a Centros de Saúde e Hospitais, eles não só são tratados como reis, passando à frente dos outros, como são recebidos com todas as mordomias, e pagam em sim, mas não no IRS, uma vez que não têm rendimentos em Portugal e as suas reformas e contas estão lá, no Reino Unido, eles coitadinhos vivem como reis mas pagam como pedintes.
Enfim...cala-te boca , senão vão dizer que sou venenosa.

beijos

Maria Letr@ disse...

Amigo Luís,
Eu gostaria de pronunciar-me sôbre este tema, mas falta-me a coragem.
Peço perdão, independentemente de reconhecer o quão foi e
é importante, trazê-lo ao seu blogue.
Um grande abraço.
Maria Letra