"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

27/05/2010

JORNALISMO E JORNALISTAS!


Segundo Orlando de Castro o tema em questão resume-se:

"…Durante muitos anos o principal barómetro da liberdade de Imprensa era o número de jornalistas mortos no cumprimento do dever, hoje junta-se-lhe uma outra variante para a qual Portugal deu um notório e inédito contributo: os despedimentos. Isto, é claro, para além de haver um outro instrumento de medição que se chama corrupção.
Até já estamos a ver alguns dos algozes da liberdade de expressão (desde os donos dos jornalistas aos donos dos donos dos jornalistas) citar o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.
Há quatro anos, o então secretário-geral da ONU defendeu uma tese que se tornou suicida no caso português. Kofi Annan disse que os jornalistas “deveriam ser agentes da mudança”.
Eles tentaram, o que aliás sempre fizerem, mudar a sociedade para melhor. Acontece que o seu conceito de sociedade melhor não é igual ao dos donos dos jornalistas nem ao dos donos dos donos dos jornalistas.

E a resposta não se fez esperar: Jornalista só é bom se for amigo do José e do Joaquim.

Nos últimos cinco anos, por exemplo, pelo menos 181 jornalistas que não eram amigos do José nem do Joaquim e que trabalhavam nas redacções do Porto de vários órgãos de comunicação social perderam o emprego, 54 dos quais no despedimento colectivo, inédito na Imprensa portuguesa, levado a cabo pelo grupo Controlinveste (JN, DN, 24 Horas e “O Jogo”)."

E ainda se quer fazer crer, apesar destes e outros exemplos. que não há censura na Imprensa em Portugal!
Será que pensam que acreditamos no "Pai Natal"? É certo que muitos de nós andam adormecidos mas quando acordarem quero ver como vai ser...

2 comentários:

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Além dos despedimentos há os inúmeros processos judiciais contra jornalistas que não agradaram ao José ou ao Joaquim e, mais escandaloso, há o furto de gravadores onde estava o trabalho de muitas horas ou dias.
E assim se compreende que uma conhecida jornalista da TV corte a palavra dos entrevistados sempre que a frase da resposta siga no sentido de esclarecer posições menos positivas do José ou do Joaquim!!! É o instinto de sobrevivência e de manter ou de aumentar o seu já óptimo salário!!!

Um abraço
João
Sempre Jovens

Anónimo disse...

Medidas de austeridade… para os outros
É curioso comparar aquilo que políticos ingleses e franceses antecipam em termos de medidas restritivas, com o que é praticado pelas elites partidárias portuguesas. Assim, num jornal diário alfacinha, hoje publicado, pode ler-se:
“(…) Os ministros (ingleses) deverão andar a pé ou usar os transportes públicos”, anunciou o director do Tesouro, o liberal-democrata David Laws, explicando que os membros do Governo e directores dos serviços vão deixar de ter carro e motorista atribuído.”
Em França, segundo o Le Parisien, passarão a haver salões (do Ministério de Negócios Estrangeiros) arrendados para festas, recepções mais pequenas e, além das restrições nos transportes oficiais, nalgumas instalações governamentais, as flores naturais já foram substituídas por outras de plástico! E num deslocamento aéreo recente a Munique, a ministra do Ensino Superior e toda a delegação viajaram em 2.ª classe.
E em Portugal como é? Exactamente na mesma altura, uma delegação da Assembleia da República em viagem aérea para um país europeu, talvez por se considerarem “gente grande”, foram todos em executiva, apesar de haver uma proposta (ainda não aprovada) para limitar gastos e passarem a deslocar-se em “turística”... São os nossos representantes que temos e merecemos…
Manuel Bernardo