04/01/2011
VÓMITO!
O subsídio de César não foi para os funcionários pobres das ilhas.
Foi para aqueles que mais ganham. Carlos César, presidente do Governo Regional dos Açores, tornou-se o ilustrativo exemplo de como a política, quando já se julga que não pode descer mais baixo, ainda tem mais um degrau para descer no mundo da amoralidade. Os subsídios aos funcionários atingidos pelos cortes nos vencimentos, que segundo ele não ultrapassam três milhões de euros, nem chegam a ser uma medida populista.
Atingem um núcleo restrito de técnicos superiores, chefes de divisão, directores e subdirectores, nos quais se incluem naturalmente o contingente dos seus mais leais serviçais políticos. Os 'boys' de César. Não tem a ver com ultra-periferia nem com a atracção de novos quadros, como alguém argumentou, pois não vai surgir desta decisão cesarista um movimento migratório de quadros técnicos para os Açores. Tem apenas a ver com ambição e perfil de quem nos governa. Tido como um dos eventuais substitutos de Sócrates, o que daqui resulta é que quer atingir Sócrates. Não pela criação de uma política nobre, mas à cotovelada.
O subsídio de César não foi para os funcionários pobres das ilhas. Foi para aqueles que mais ganham, e ao mesmo tempo um valente pontapé no Governo central do seu Partido. Em nome dos Açores? Não. Em nome da Autonomia? Não. Em nome dos interesses estratégicos de César. Um general que não alimenta as tropas corre o risco de deserções.
A sua decisão não foi apenas uma afronta ao Governo da República. É um escárnio sobre os funcionários que nas mesmas condições, em zonas mais pobres do que os Açores, estão comprometidos com o apertar do cinto orçamental. É o desprezo absoluto pela política nacional por troca com os prémios de jogo que decidiu pagar às suas clientelas regionais. Diz que este ano a massa resulta de umas obra num campo de futebol que não se farão. E para o ano? E para o ano seguinte? É claro que acabarão por pagar aqueles que viram no resto do país os seus salários cortados.
Não admira pois que esta mediocridade moral nem consiga receber o apoio do seu Partido. É levar demasiado longe o caciquismo. Aos limites do vómito. Porém, regozija-se o Bloco de Esquerda, o símbolo maior do refilanço pré-juvenil com e sem causas. E... Manuel Alegre! É doloroso ver um candidato a Presidente da República preso a esta imundície moral por necessidade de votos. Dirão alguns que é coisa menor comparando com os muitos milhões do BPN e de outros imbróglios afins. Seria verdade se o dinheiro fosse a medida de todas as coisas. Mas não é. A maior das medidas é o sentido de Pátria, assumida com elevada responsabilidade e rigor. E isto César não sabe o que é.
por Francisco Moita Flores.
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6 comentários:
Os nossos políticos resvalaram para a pouca vergonha e o roubo descarado.
Já nem se preocupam com a imagem que vão deixando à sua passagem.
Pior ainda é que são todos iguais.
Tanto os que lá estão como os que procuram o taxo.Para eles os votos só contam para subir e nunca descem para ouvir e ver aqueles que neles votaram.
Ainda pensam que somos todos cegos...
QUERIDO AMIGO LUIS, SINTO MUITO PELO QUE TEM ACONTECIDO AÍ EM PORTUGAL. MAS TENHA CORAGEM, O PLANETA ESTÁ PASSANDO POR UMA TRANSIÇÃO E NOS PRÓXIMOS ANOS PODEREMOS VER GRANDES MELHORAS. SE PUDER, LEIA O LIVRO TRANSIÇÃO PLANETÁRIA-DIVALDO PEREIRA FRANCO.É UM LIVRO QUE TRAZ BASTANTE ESPERANÇA...
OBRIGADA PELA GENTIL VISITA.
QUASE NÃO TENHO ENTRADO NA NET... MUITO TRABALHO E MUITA CANSEIRA... HEHEHE
MUITA LUZ, SAÚDE, PAZ E ESPERANÇA NUM PLANETA MELHOR!!!
JACKELINE-BRASIL-PARANÁ-CURITIBA
BLOG JOHNNY DEPP MADNESS
Meu amigo, passei pra desejar feliz ano(atrasada,perdão), e deixar um abraço.
Caro Luís,
Parabéns pela transcrição. É preciso que apareçam muitas apreciações como esta. É preciso que nos habituemos a observar as virtudes (se as houver) e os erros, as infâmias dos eleitos que nos mendigam os votos para nos governarem e que, depois de estarem nas cadeiras, apenas se servem e aos seus companheiros do bando, esquecendo as promessas feitas aos eleitores e a responsabilidade das tarefas de governar os concidadãos.
Cabe aos cidadãos tirar daqui as conclusões lógicas e desapaixonadas para agir em conformidade.
Não esquecer que em breve haverá eleições em que se deve decidir o voto de forma a contribuir para a mudança deste «vómito» e de outros parecidos.
Abraço
João
Do Miradouro
Querido Amigo
Esta crónica, não me deixa admirada mas sim...revoltada!
Como é que se pode dar volta...com eles a darem-nos "a volta"??
Contudo, vou mantendo a esperança...talvez aconteça um milagre! Quem sabe?
Beijocas
Graça
Caríssimos Amigos,
Eu próprio ando muito triste e indignado com tudo que se tem passado. Últimamente, então, tem sido demais! Como a Esperança é a última coisa que perde quero agarrar-me a essa "boia de salvação" para não cair em depressão e no desanimo! Entretanto vou trazendo aos nossos blogues e comentários tudo que possa acordar o nosso Povo do marasmo em que tem vivido! Há que abanar esta miserável política para que caia de uma vez por todas e que nessa queda arraste todos estes (des)governantes que nos têm conduzido a esta desgraçada situação!
Um abraço amigo.
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