21/05/2011
ISTO AINDA VAI ACABAR POR PROVOCAR UMA REVOLUÇÃO...
Mais uma golpada - Jorge Viegas Vasconcelos despediu-se da ERSE
É uma golpada com muita classe, e os golpeados somos nós....
Era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, que era presidente de uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve.
Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores. Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregadora, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios.
Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês - ou seja, 2.400 contos - durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego.
Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?».
E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!».
E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 2.400contos por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?».
Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos».
Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE forem mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.
Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a bênção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.
Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, e abusivo desavergonhado abocanhar do erário público. Mas voltemos à nossa história.
O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo. 18 mil euros seriam mais de 3.600 contos, ou seja, mais de 120 contos por dia, sem incluir os subsídios de férias e Natal e ajudas de custo.
Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético.
E pergunta você, que não é burro: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?». Parece que não.
A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço.
Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE?
Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga? E tão descarado gozo? Politicas à parte estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo manifestarmos a nossa total indignação.
Os partidos são actualmente associações de criminosos organizadas em oligarquias mafiosas.
Ou a recusa em votar nessa gente, ou sairmos para a rua o tempo que for preciso para desmantelar essa partidocracia que nos afoga, que nos amarra e que nos desgraça.
A constituição é a fonte da corrupção que impede a participação do povo na governação e lhe proíbe o controlo dos corruptos. Sem eles serem obrigados a controlo e a prestarem contas ao povo nada mudará. Não tenhamos ilusões, não vão matar a galinha dos ovos de ouro.
Votar neles é aprovar as suas acções e querer perpetuar o que se conhece. Daí, quem o fizer não pode ter direito a qualquer queixa ou reclamação.
Todos para a rua contra a corrupção (em Espanha já começaram e nem estão tão mal como os carneiros portugueses)
Nota:
E tu, já abriste os olhos? Então pensa no seguinte:
Como um amigo meu tem dito repetidamente (nunca é demais repetir, para que as pessoas abram os olhos!), mudam apenas as moscas, porque todos estão eivados dos mesmos vícios e manhas.
Mas em 5 de Junho, os eleitores devem pronunciar-se.
Racionalmente, a continuidade da degradação nacional em ritmo acelerado não parece dever ser apoiada, até porque não há sinais de o PS se tornar mais realista e com ideias mais ajustadas ás verdadeiras necessidades do país. Por isso, interessa que haja um partido que tenha mais votos do que o PS, e o que tem mais possibilidade é o PSD.
Mas este só o conseguirá se não houver grande dispersão pelos mais pequenos. Mas estes têm direito à existência e a serem úteis a Portugal e, por isso, seria interessante que, embora só por si não possam formar governo, fossem representados no futuro Governo para evitarem erros demasiado nocivos ao país.
Se uma coligação pode ser mais lenta nas decisões e menos ousada nas grandes reformas, tem a vantagem de evitar aventuras extremistas demasiado arrojadas.
Estamos num momento difícil com eleições que terão um efeito histórico. Oxalá tudo se oriente para o melhor resultado para a população comum.
AJS
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