"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

24/02/2010

Ainda o Problema da Educação!!!


No DESTAK de 22/2, no artigo da página 2, de Filipa Estrela, continha informação sobre o livro “O Não também ajuda a crescer” de Maria Jesus Álava Reyes, de que transcrevo a síntese “Os principais erros dos pais” e “As regras fundamentais de educação”.

Eis os erros dos pais:
- Actuam como amigos. É importante que os pais sejam pais e não tentem ser colegas.
- Protegem excessivamente. Se lhes tiram a possibilidade de criar as próprias defesas, não vão ser capazes de vencer as dificuldades sozinhos.
- Favorecem o consumismo. Se desde pequenos lhes dão tudo o que pedem, não vão dar valor às coisas e às pessoas.
- O pai e a mãe não estão de acordo. Um progenitor não pode contradizer e desautorizar o outro na presença da criança.

Eis as regras:
- Aprender a observar a conduta.
- Aprender a actuar de forma imediata quando há alguma coisa importante.
- Assumir posições incómodas, como dizer não quando é preciso.
- Impor limites e regras, em função da idade.
- Ser mais perseverante do que as crianças.
- Saber usar o senso comum.

No mesmo Jornal vem a Editorial subscrita por Isabel Stilwell que transponho integralmente:

“Maltratados pelos próprios filhos”

“Há pais que são espancados, roubados e insultados pelos próprios filhos. Preferimos pensar que é mentira, um exagero, coisa de toxicodependentes desesperados ou de doentes mentais. Por outras palavras, o assunto é tabu. Os dados de uma linha de apoio a pais, a Parentline Plus, vieram agora revelar, através da BBC, que no Reino Unido há três pais por dia que se queixam de maus tratos por parte dos seus filhos. Cerca de 90% dos agredidos são mães, de todas as classes sociais, e muitas confessam que têm medo de ficar em casa com o filho agressor.

O que se calhar o leitor não estava à espera, eu pelo menos não estava, é que estes filhos tivessem idades entre os zero e os 25 anos de idade, e que a maioria dos casos (60%) acontece com “criminosos” dos 13 aos 18 anos. Nova surpresa: são as raparigas as mais violentas, ao ponto de usarem facas para ameaçar as mães, e aquelas que recorrem aos piores insultos. “Ter uma filha violenta é o tabu dos tabus. Há mães que nem são capazes de o revelar à família próxima. Mas se analisarmos bem é natural: as raparigas exteriorizam a sua frustração dentro de casa, os rapazes fazem-no no bar ou na rua”explica um dos especialistas da linha.

Mas se tudo isto choca, choca ainda mais quando se percebe que há queixas de mães de crianças com menos de três anos (são 11% as queixas de pais com filhos com menos de 9 anos!)

A falta de autoridade é chocante e começa no berço, exclamam os especialistas ouvidos pela BBC. Estas mães, por alguma razão, são incapazes de colocar limites. “Convencidos de que têm a obrigação de amar os filhos incondicionalmente, aceitam ser tratadas sem qualquer respeito. Só quando as conseguimos fazer perceber que têm direitos é que começamos a ser capazes de as ajudar a reconstruir uma relação mais equilibrada, dizem os responsáveis pela Parentline.

Mas deixam um aviso importante: é urgente apoiar estes pais, mas deixando claro que são responsáveis pela situação em que se encontram. E por sair dela.”



2 comentários:

Mariazita disse...

Querido amigo Luis
Gostei imenso deste post.
É um tema que me apaixona - a Educação, tanto a nível escolar (que não é tratado aqui) como a nível familiar.
Sei como é difícil hoje em dia educar uma criança. As solicitações exteriores são enormes e refletem-se nas exigências junto dos pais.
Há algum tempo assisti a uma cena que me deu que pensar: uma amiga da minha filha estava a contar que tinha comprado para o filho um par de calças e uma camisa, e que não tinha podido comprar mais quantidade porque ele, o filho, só queria roupas da marca "x" (não vou aqui fazer publicidade, só lhe digo que é uma marca muito cara...). O filho estava presente e rematou, virando-se para a mãe: tu já sabes que não vale a pena comprares outra roupa, porque eu so uso a marca "x"!
Repare que são pessoas dum nível económico nada baixo, que lhes permite fazer estas vontades aos filhos (têm 3 - 2 rapazes e 1 menina). Mas eu pergunto: quando forem adultos terão o mesmo poder de compra dos pais??? Não irão depois sofrer mais por terem que se adaptar à realidade, se fôr diferente da de hoje???
Muitas vezes os pais adoptam a posição cómoda (quando podem) de fazer as vontadinhas todas aos filhos, e isso é um erro profundo.
Mas muito mais se poderia dizer... infelizmente o assunto é quase inesgotável.

Sobre o seu comentário na "Casa" diz o meu amigo que esteve com os meus cunhados em Nova Lisboa. Sabe, com certeza, que o meu cunhado faleceu já há anos... A minha cunhada vive no Porto, e visitamo-nos com relativa frequência. Somos muito amigas, como irmãs.

Desculpe ter-me alongado tanto. Tenho que começar a sintetizar rsrsrsssssss

Beijinhos com amizade
Mariazita

Luis disse...

Querida Mariazita,
Desconhecia por completo o falecimento do seu cunhado (que foi meu comandante de Companhia no RI7). Espero que a sua cunhada esteja bem e quando estiver com ela lhe transmita o meu pesar ainda que muito tardiamente.
No que diz respeito à Educação das crianças há que saber dizer NÃO pois essa palavra dita no momento exato evita problemas futuros!
Um beijinho amigo.