"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

29/06/2009

Compadrio e conivência nem sempre resultam

O nosso actual representante militar (MILREP) na NATO, vice-almirante Lima Bacelar, cessa funções no fim do ano e a Organização, que não funciona no estilo da nossa AR (quando tratou da substituição do Provedor de Justiça), exige que Portugal tem de dar, nos próximos dias, o nome do seu sucessor.

O tenente-general Pina Monteiro é o principal candidato à nomeação para o referido cargo, apesar dos esforços do chefe de gabinete do ministro da Defesa, major-general Rodrigues Viana, para ocupar o lugar.

Segundo notícia do DN, «o ministro da Defesa tem de lhe dar um prémio», numa altura em que já começaram a ser publicados os louvores dados por Nuno Severiano Teixeira a membros do seu gabinete, por efeito da próxima mudança de Governo. Mas os interesses coniventes do ministro não deverão sortir efeito, apesar de, nas últimas semanas, ter abordado o caso com o chefe do Estado-Maior do Exército, entre outras razões, porque Rodrigues Viana para ser nomeado teria de primeiro ser promovido a general de três estrelas (tenente-general) - ultrapassando quase uma dezena de oficiais mais antigos ou, em alternativa, com a maioria deles a ser promovida -, que, não sendo curial, daria acesa polémica num sector sensível da vida nacional, até porque "não há vagas para promoções a três estrelas" no Exército, tendo a última ocorrido "há mais de um ano".

Para conhecer melhor os pormenores desta intromissão política nas Forças Armadas, convém ver toda a notícia, clicando aqui e aqui.

2 comentários:

Luís disse...

Caro João,
Grato pela tua colaboração aqui na Tulha. Quanto ao exposto no post é "mais sempre do mesmo"! Pagamento de favores, compadrio, situações de conveniência, etc., etc. Nada de nomeações por mérito dos participantes! É por esta falta de qualidade dos diversos intervenients que não chegaremos a bom porto!!!! E depois são capazes ainda de dizer que eu sou pessimista e derrotista...
Um abração muito amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,
Já estávamos habituados a isso nas instituições políticas, mas nos militares não era muito notado, porque a ética militar, muito rigorosa, o dificultava um pouco. É grave que os políticos queiram conspurcar um reduto de qualidades morais e patrióticas.
Será bom que os generais que chefiam não se deixem arrastar «demasiado» pelas pressões dos políticos. Bem bastam as internas!
Um abraço
João Soares