01/01/2010
Dia 1 de Janeiro de novo ano.
Ontem, nos muitos "reveillons" que se fizeram pelo país em que vivemos, houve por certo votos comuns: um 2010 com mais prosperidade que 2009, mais emprego, que a crise diminua, alguns mais ousados (ou ilusos) terão mesmo pedido a diminuição da corrupção, ou alguma competência nos governantes. Não passa porém de votos, mas votos que no seu íntimo todos sabem que se não vão cumprir. É uma espécie de entrega de um boletim de totoloto, que à partida não se espera ganhar, mas que dá esperança.
Portugal vive um Regime que provou de todas as maneiras a sua falência, tem um grupo de políticos que vão do incompetente ao mal intencionado, começando em Portas e acabando em Louçã, possui o seu tecido social destruído, e a capacidade de iniciativa do seu povo e dos seus políticos, é pouca ou nenhuma. Foi-nos imposto um sistema político em 1974, herdeiro do rescaldo da segunda Guerra Mundial, a dita democracia parlamentar, que já em si é corrupto, não é adequado à nossa cultura, e que nos anos 70 já estava moribundo e podre em muitos países do mundo dito ocidental.
Foi-nos imposta uma vergonhosa descolonização, que era sabido que a prazo conduziria à guerra civil e à miséria os povos dos países ditos "descolonizados", e que inviabilizava a continuidade de Portugal como País independente. Estivemos perto do comunismo, por vontade até do sinistro senhor Soares nos primeiros tempos da revolução, e semeámos regimes filo-comunistas pelo nosso Ultramar, em que a cleptocracia a morte e a desumanidade são lugar-comum.
Assistimos à construção de uma sociedade de novos-ricos, completamente descabidos de qualquer sentido humanista, em que os ricos são cada vez mais ricos, e os pobres são cada vez mais pobres. Há miséria em Portugal, como há a miséria que Soares espalhou pelo nosso antigo Ultramar, cumprindo ordens de Moscovo.
Vivemos na permanente ilusão de que umas próximas eleições permitam o "conserto" de algo que com este modelo não tem arranjo. Os políticos, sejam os velhos sejam os novos, são um bando de incompetentes e de oportunistas que apenas se pretendem servir do que resta da nossa Pátria, para enriquecimento próprio. Não há elites. A gente boa, está como que adormecida, neste país que com a Cunhalização e com a Soarização se tornou inviável, para gáudio das grandes potências, e dos nossos "amigos" Europeus.
Portugal, como Espanha, necessitam de autoridade para ser viáveis. Não podem viver nesta espécie de feira ordinária, em que os feirantes apenas querem roubar os clientes, vendendo-lhes produto de má qualidade, ou contrafeito. Vivemos de facto numa espécie de democracia contrafeita, e não adequada ao nosso perfil social. E quem tem o poder, sabe disso. Mas convêm-lhe, no seu egoísmo de ladrões de vão de escada, que o sistema continue como está. De contrário, que iriam fazer de útil, se são um punhado de incompetentes iletrados, e com espírito de novos-ricos?
Sonho com um Golpe de Estado que sei que é difícil venha, no actual contexto mundial e europeu. Mas posso dizer que tenho um sonho. Um sonho de um país que seja constituído por gente honesta e trabalhadora, que saiba amar a sua Pátria, e que esteja por qualquer vínculo unida aos seus irmãos de além-mar. Utopia? Poderá ser. Mas sem a realização desta aparente utopia, temo que 2010 e os anos que se lhe seguirão, sejam anos de maior aumento da miséria, do roubo, e de perda da nossa identidade moral e social.
Portugal é hoje o País que Mário Soares sonhou. Para seu bem, e culto da sua vaidade e riqueza material. Mas Mário Soares é um caso de polícia. Enganou tudo e todos, esquartejou a sua Pátria, e ainda para mais, como governante, mostrou ser megalómano em seu proveito e da sua vaidade, e completamente incompetente. A sua grande obra, foi a chamada descolonização exemplar, a imposição (para seu proveito) de uma entrada desorientada de Portugal na União Europeia, o assistir pacificamente (porque lhe convinha na altura) às criminosas nacionalizações e ocupações selvagens, e pouco mais. Mário Soares é um pavão que merece castigo enquanto é vivo, já que o terá garantido depois de morto. A Pátria, essa, é vítima dos revolucionários de Abril, da vaidade de um Spínola fraco e vazio, e do regime que nos impuseram.
Porque desejar então a ilusão de um 2010 próspero, no actual contexto? Apenas porque somos um povo que gosta de viver de ilusões, e que sem um bom leader, se torna uma amálgama indolente, oportunista, e sem vontade. Existe sempre a esperança de que através de um qualquer golpezito, um qualquer expediente, conseguir amealhar um eurozito a mais que o vizinho. Nada mais que isso, pois que a vontade a sério, é nula, quando não existe um leader que motive a Nação, como a nossa história o provou ao longo de quase nove séculos de história.
Festejaremos pois em 2010 36 anos de um regime que nos trouxe, graças a Mário Soares e à política Soviética que ele tão bem seguiu, o genocídio de milhões de pessoas em guerras civis inacreditáveis no nosso Ultramar, contra entre 8.000 e 13.000 pessoas mortas durante a luta contra os terroristas numa guerra que estava ganha, dos quais apenas cerca de 4.000 em combate.
Festejaremos pois uma vez mais em 2010 um regime de criminosos vilões e ladrões que nos inviabilizou como Nação. Festejaremos a crise, o desemprego, as uniões dos doentes homossexuais, o aborto, o divórcio, a crise da família, a violência urbana, a pobreza de espírito e material, proximamente a eutanásia, quem sabe se não a legalização da pedofilia, enfim descristianização da nossa Grei. Festejaremos também o centenário dessa espécie de rameira chamada de República, que nada de bom nos trouxe, e que também nos foi "democraticamente" imposta.
Festejaremos os fins de mês de quem pouco tem para comer, e que de qualquer modo se vê obrigado a "inventar" o dinheiro de que necessita para sobreviver, ou para "representar". Ou os dias de quem nada de seu tem para ir sobrevivendo, os "hóspedes" da sopa dos pobres, os sem abrigo que inundam dramaticamente as nossas ruas.
Festejaremos um País bastardo, cujo conserto é difícil, mas esperamos que não impossível.
Feliz 2010, Portugal! Feliz 2010, Portugueses! Que Nossa Senhora, Rainha de Portugal, se lembre de nós, que outro recurso se não vislumbra!
E obrigado, Mário Soares! Que a Pátria lhe pague os serviços que lhe prestou. A dobrar!
António de Oliveira Martins - Lisboa www.vozdecardigos.com
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3 comentários:
MAS, se os partidos políticos estão no âmago da corrupção – pelo menos de boa parte dela –, como combatê-la?
A verdade é que partidos ávidos de dinheiro haverá sempre; empresas interessadas em dar dinheiro aos partidos em troca de favores haverá sempre; militantes especializados em intermediar estes negócios haverá sempre (até porque de caminho metem uns dinheiros ao bolso).
Como combater então este fenómeno?
É preciso ver que quem deu o dinheiro não quer que se saiba; quem recebeu o dinheiro também não quer que se saiba; e, se o intermediário desviou algum dinheiro para si, também nunca denunciará o caso.
Acrescente-se que, como nessas operações não há recibos, o partido receptor não sabe exactamente quanto o dador entregou; e, portanto, desconhece-se a percentagem ‘cobrada’ pelo intermediário.
TENDO em conta o que fica dito, julgo que em democracia a corrupção é inevitável.
Claro que, se nas cúpulas dos partidos houver gente pouco séria, o fenómeno assumirá muito maiores proporções.
JAS
Assim, lá vamos vivendo com este sistema coxo.
Entretanto, mesmo considerando a inevitabilidade do conflito institucional, é forçoso reconhecer que José Sócrates tem passado as marcas. Não é pedir-lhe que esconda o que pensa ou que seja subserviente. É evitar provocações gratuitas (como aquela de dizer a Louçã que poderia ter-se candidatado a assessor de imprensa do PR, lugar que «há dois meses estava vago») ou não esticar demasiado a corda, como sucedeu no caso das ‘Escutas’. Sente-se em Sócrates uma vertigem provocadora e conflitual que não augura nada de bom.
Note-se que Cavaco não fez a Sócrates um centésimo do que Soares lhe fez a ele próprio – organizando Congressos e Presidências Abertas com o objectivo explícito de atacar o Governo ou falando do «direito à indignação» no caso da Ponte 25 de Abril em que a autoridade do Estado foi ameaçada.
Claro que a hostilidade actual de Sócrates em relação ao PR pode ser uma fuga para a frente: sentindo-se acossado, o primeiro-ministro investe contra Cavaco – sabendo que nesse conflito terá o apoio de Mário Soares (que nunca engoliu a derrota presidencial de 2005) e de Manuel Alegre (que conseguiu afirmar-se como candidato do PS à Presidência, pese embora as tentativas desesperadas para lançar Jaime Gama, e que sonha agora com o ‘milagre de Belém’).
Claro que, se Alegre for eleito PR, Sócrates iniciará um calvário –mas isso serão contas de outro rosário.
O primeiro-ministro parece estar naquela fase em que o que conta é ‘salvar a pele’; depois se verá.
‘Enquanto o pau vai e vem folgam as costas’ – diz amiúde a minha mãe. Sócrates pensa o mesmo. Neste momento o que é preciso é ter ao seu lado Mário Soares e Manuel Alegre – e através deles a maioria dos socialistas ilustres. Isso dá-lhe uma certa garantia de sobrevivência. E o futuro a Deus pertence.
JAS
MEA CULPA...MEA CULPA?
Custa acreditar que isto vem
de quem era fanático da Revolução.
A mim não admira, nem a ninguém,
o que quer isto dizer, Mermão?!!
Que o Homem tinha também defeitos,
quem não tem. Será causa de admiração? O tempo passou e, hoje, cadé os perfeitos? Cadé então os Salvadores, onde é que estão?
Cadé essa gente de tanta capacidade e honradez,
essa turba arrogante, exemplar e extraordinária
que só desgovernou de forma insana e arbitrária?
Olha à volta. Ainda aí estão. Vê bem o que ao País fez...
Digam lá o que disserem, queiram ou não, foram eles, não o Salazar quem nos enganou. Ele bem sabia ao que nos levaria a actual situação:
à destruição do País. Creiam: Salazarista não sou... Não, Nunca fui, nem sou, mas dou-lhe razão.
NECO, 5.12.2009
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