"Vós que lá do vosso império, prometeis um mundo novo...CUIDADO, que pode o povo, querer um mundo novo a SÉRIO!" In: António Aleixo

22/01/2010

Esta carta também poderia ser para os jovens quadros Portugueses!


Carta para um jovem quadro africano


Meu Caro Amigo,

Foi há quase doze horas que nos despedimos com um forte abraço. O abraço que liga o antigo aluno ao velho professor. (...)
(...)O mundo ocidental — a Europa e os EUA — estão a exportar — o conceito de democracia, a sua democracia, para todos os recantos da Terra como se fosse possível igualar o que não é igual. (...)
(...) o conceito de Pátria é agregador, quer dizer, une os cidadãos à volta de uma ideia concretizada numa História comum, num desejo, também comum, de futuro, num território e no anseio de segurança e bem-estar para todos. Ora, pensando nos Estados africanos ao sul do deserto do Sara verificamos que herdaram a desunião como fruto do traçado das fronteiras coloniais. Raramente a um Estado corresponde uma única Nação. Temos, por conseguinte, Estados desagregados sobre os quais não se consegue construir um Estado democrático na perspectiva e nos padrões ocidentais.(...)
(...) pressinto a pergunta: - Estamos condenados a um modelo político diferente do democrático? Respondo-lhe que, em certa medida, estão e, noutra, não estão.(...)
(...) O discurso político das jovens elites africanas terá de ser não o do estafado modelo democrático ocidental, mas o da agregação, isto é, o do patriotismo.(...) (...)Um patriotismo que aponte para a Democracia; a Democracia de escolha daqueles que governam melhor em nome da Pátria — uma democracia não desagregadora, mas unificadora; uma democracia que junte os melhores para defender os reais interesses do Estado, cumprindo a finalidade suprema da sua existência: a segurança e o bem-estar dos povos e que, ao mesmo tempo, preserve o valor da Liberdade. A liberdade de oportunidades, a liberdade de realização, a liberdade de opinião.(...) (...)os novos Estados africanos terão uma (trilogia) que se fundamentará na Pátria, na Democracia e na Liberdade. Ao escolher a Pátria como valor supremo os Estados africanos — os da África Negra — estarão a optar pela identificação de tudo o que os une dentro das suas fronteiras, repudiando elementos de desagregadores (...) (...)Como lhe disse, ontem à tarde, um projecto desta natureza destina-se a ser abraçado por elites e quadros jovens, politicamente descomprometidos dos velhos partidos supostamente democráticos e, acima de tudo, jovens que rejeitem a corrupção como moeda de troca para realizarem os seus sonhos patrióticos (...) (...) com o domínio da instrução pública (...) (...) assegura-se a construção do futuro, formando cidadãos identificados com os valores supremos da Pátria, da Democracia e da Liberdade (...) (...) explica-se, no presente, a importância de optar por um valor que une, que identifica, que está equidistante da mesquinha luta de interesses menores e de projectos pessoais. (...) (...) em resumo, dir-lhe-ei que a Democracia é a prática do patriotismo; ela não pode existir sem que o agregado nacional tenha passado pelo estádio superior de identificação da Pátria. Estude a História das mais democráticas sociedades ocidentais e verificará a verdade das minhas palavras; foi o sentido de Pátria que uniu os Americanos na luta pela independência e, depois deles, todos os Estados do continente americano. Não foi essa a via seguida em África. Há que arrepiar caminho e corrigir o processo. Construir uma Pátria é pôr de pé um sonho lindo.
Até mais ver. Um abraço.
Coronel Luís Alves de Fraga http://www.aloportugal.org/

Nota:

Esta carta, como é dito no titulo deste post, poderia ser dirigida igualmente aos jovens quadros Portugueses e porquê? Porque na realidade a "partidocracia " aqui instituida desagregou o País e torna-se necessário reconstruir a Pátria Portuguesa e é nesse sentido que o discurso das elites jovens Portuguesas deverá, também, ter em conta um modelo de agregação ligado a patriotismo. "Um patriotismo que aponte para a Democracia; a Democracia de escolha daqueles que governam melhor em nome da Pátria — uma democracia não desagregadora, mas unificadora; uma democracia que junte os melhores para defender os reais interesses do Estado, cumprindo a finalidade suprema da sua existência: a segurança e o bem-estar dos povos e que, ao mesmo tempo, preserve o valor da Liberdade. A liberdade de oportunidades, a liberdade de realização, a liberdade de opinião." Por outro lado, há que considerar que "um projecto desta natureza destina-se a ser abraçado por elites e quadros jovens, politicamente descomprometidos dos velhos partidos supostamente democráticos e, acima de tudo, jovens que rejeitem a corrupção como moeda de troca para realizarem os seus sonhos patrióticos."

O "Sonho comanda a Vida" e, assim , reconstruir uma Pátria será um Sonho lindo!



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